2009-09-19 12:15:01

Papa anuncia Assembleia sinodal para o Médio Oriente em Outubro 2010. Comunicado oficial do encontro com os Patriarcas e Arcebispos Maiores


Uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente vai ser convocada pelo Papa para Outubro do próximo ano 2010, de 10 a 24 desse mês, tendo como tema “A Igreja católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho: A multidão dos que tinham aderido à fé tinha um só coração e uma só alma (Act 4, 32)”.
A anúncio foi dado pelo próprio Bento XVI, recebendo neste sábado de manhã, em Castel Gandolfo, os patriarcas e os “arcebispos maiores” das Igrejas Orientais.
Sete são os patriarcas católicos: o patriarca maronita, Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir; o patriarca de Cilícia dos Arménios, Sua Beatitude Nerses Bedros XIX Tarmouni; o patriarca dos Sírios de Antioquia, Sua Beatitude Ignace Youssef III Younan; o patriarca caldeu, Cardeal Emmanuel III Delly; o patriarca de Antioquia dos Greco-melquitas, Gregorio III Laham; o patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal; e o patriarca copta, Antonios Nagib.
“Arcebispos maiores” são o cardeal Lubomyr Husar, de Kiev (Ucrânia) , o cardeal Varkey Vithayathil, arcebispo de Ernakulam, dos Siro-Malabareses (Índia), Sua Beatitude Baselios Thottunkal, arcebispo de Trivandrum dos Siro-Malankareses (Índia) e o arcebispo Lucian Muresan, de Alba Iulia (Roménia).

Nas palavras que lhes dirigiu, o Santo Padre congratulou-se com a realização desta “reunião de carácter informal, que nos permite escutar a voz das Igrejas que vós servis com admirável abnegação e de reforçar os vínculos de comunhão que as ligam à Sé Apostólica”.
Bento XVI referiu ter sido solicitado em diversas circunstâncias pelos Patriarcas orientais católicos “um contacto mais frequente com o Bispo de Roma para tornar cada vez mais sólida a comunhão daquelas Igrejas com o Sucessor de Pedro e examinar conjuntamente, quando for o caso, eventuais temáticas de particular importância”.

“Pela minha parte, advirto como dever principal promover aquela sinodalidade tão cara à eclesiologia oriental e saudada com apreço pelo Concílio Ecuménico Vaticano II”.

O Papa assegurou “partilhar plenamente” a estima pelas Igrejas Orientais que o Concílio lhes exprimiu no Decreto “Orientalium Ecclesiarum” e que João Paulo II reafirmou, sobretudo na Exortação Apostólica “”Orientale Lumen”. Bento XVI fez sua a passagem deste documento em que o Papa Wojtyla fazia votos de que as Igrejas Orientais Católicas “floresçam”, para desenvolverem “com renovado vigor apostólico a missão… de promover a unidade de todos os cristãos, especialmente orientais…”

“O horizonte ecuménico está muitas vezes ligado ao inter-religioso. Nestes dois âmbitos é toda a Igreja que tem necessidade da experiência de convivência que as vossas Igreja maturaram desde o primeiro milénio cristão”.

Relativamente às “problemáticas que vos preocupam”, expressas certamente nas intervenções dos presentes, o Papa limitou-se a observar que essas questões “poderão encontrar orientações adequadas nas sedes competentes”.

“Quereria assegurar-vos que estais constantemente no meu pensamento e na minha oração. Não esqueço, em especial, o apelo de paz que depusestes nas minhas mãos no final da Assembleia do Sínodo dos Bispos de Outubro passado”.

O comunicado oficial publicado no final do encontro refere o "clima de fraterna cordialidade" ali vivido e que, para além de agradecerem ao Papa a iniciativa, os patriarcas e arcebispos maiores presentes sublinharam dois aspectos da fidelidade que os distingue: o elo com o património do Oriente cristão e o elo com o Sucessor de Pedro, como Pastor universal, com o seu carisma de unidade na verdade e no amor. Os Prelados fizeram presentes algumas questões particulares e alguns problemas mais gerais, nomeadamente o fenómeno migratório, mostrando atenção pelo contexto ecuménico e inter-religioso em que vivem as suas comunidades. Dirigiram ao Santo Padre um especial agradecimento pela constante oração e pelo apoio concreto à construção da paz na Terra Santa, em todo o Oriente e no mundo".
Os Prelados - refere ainda o comunicado - acolheram com gratidão a convocação de uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, manifestando disponibilidade para a sua preparação.







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