Bangcoc, 19 set (RV) - “Não ao fechamento de Centros e escolas católicas para
as crianças imigradas”: esse é o apelo lançado pela sociedade civil tailandesa ao
governo de Bangcoc. A comunidade católica no país, está comprometida em atividades
de solidariedade, acolhida, assistência, cuida da formação das crianças de famílias
de imigrantes que chegam de países vizinhos onde a situação político-social é difícil,
como Myanmar, Laos, Camboja.
As crianças são muitas vezes vítimas do tráfico
de seres humanos, organizado pela criminalidade e encontram nas estruturas católicas
uma âncora de salvação, lugares onde reconquistar a dignidade e poder crescer em nível
humano, cultural e espiritual. O novo governador da província de Ranong, Wanchat Wongchaichana,
segundo refere a agência Fides, anunciou, de fato, a sua intenção de fechar todos
esses Centros e escolas que se ocupam de crianças imigradas, para contrastar o fenômeno
da imigração clandestina: na província são 96, muitos dos quais administrados por
institutos religiosos católicos.
O anúncio gerou uma grande protesta da sociedade
civil local, organizada por entidades que lutam pelos direitos humanos, por associações
e movimentos eclesiais, religiosos ativos no serviço aos imigrantes. O Jesuit Refugee
Service, organização muito comprometida na região, advertiu que o procedimento poderia
ter como efeito um aumento do tráfico de menores, do número de crianças-soldado e
da prostituição infantil, com um grande dano à comunidade civil de Ranong.
Nos
Centros administrados pelos Jesuítas, encontram-se 800 crianças birmanesas, sobretudo
de etnia Mon, entre os 5 e os 14 anos. Todos esperam que o anúncio do governador não
seja traduzido em lei: a luta contra a clandestinidade não pode se repercutir na vida
das crianças. (SP)