Arcebispo Hilarion, porta-voz do Patriarca de Moscovo, recebido pelo Papa
Bento XVI recebeu nesta sexta-feira, em Castel Gandolfo, o presidente do Departamento
das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscovo, arcebispo Hilarion.
Trata-se da primeira visita a Roma deste arcebispo ortodoxo russo, após a sua nomeação
para o actual encargo. Anteriormente, o prelado tinha-se já encontrado com o presidente
do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper,
que assegurou aos jornalistas que são boas as relações entre a Igreja Católica e o
Patriarcado de Moscovo. As duas partes encontrar-se-ão em Outubro próximo na
ilha de Chipre – no Mediterrâneo – por ocasião da sessão plenária da Comissão mista
internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa
em seu conjunto: no centro dessa plenária, o tema crucial do papel do bispo de Roma
na Igreja presente no mundo inteiro.
Na véspera, o arcebispo ortodoxo visitara
a Comunidade romana de Santo Egídio participando da oração na Basílica de Santa Maria
in Trastevere. No final do rito, Hilarion falou sobre a necessidade do testemunho
comum dos cristãos "num mundo descristianizado, numa época que alguém erroneamente
define como pós-cristã" – disse. "A sociedade contemporânea com o seu consumismo,
hedonismo, materialismo prático e relativismo moral – considerou o prelado ortodoxo
– lança a todos nós cristãos um desafio sério e difícil." Segundo o arcebispo
Hilarion, o futuro da humanidade – e porventura a possibilidade de que a vida continue
no nosso planeta - depende também da nossa resposta de cristãos a esse desafio. É
um desafio que nos é lançado e também a nossa resposta deve ser comum. "Somente juntos
poderemos propor ao mundo os valores espirituais e morais da fé cristã; juntos poderemos
oferecer a nossa visão cristã acerca da família, da procriação, de um amor humano
feito não somente de prazer; afirmar o nosso conceito de justiça social, de uma mais
justa distribuição dos bens, de um compromisso com a salvaguarda do ambiente, com
a defesa da vida humana e da sua dignidade." "Diante desse desafio comum que o mundo
de hoje nos lança, mais do que nunca nós cristãos devemos estar juntos" – concluiu
o enviado do Patriarcado de Moscovo.