APRESENTADO LIVRO SOBRE MONTINI: "PAULO VI, A AUDÁCIA DE UM PAPA"

Roma, 16 jul (RV) - Foi apresentado nesta terça-feira, em Roma, o livro "Paulo VI, a audácia de um Papa", do vaticanista Andrea Tornnielli. A apresentação do volume, feita na embaixada da Itália junto à Santa Sé, teve a participação, entre outros, do legado pontifício para as Basílicas de São Francisco e de Santa Maria dos Anjos, em Assis, Cardeal Attilio Nicora; do subsecretário do governo italiano, Gianni Letta; e do fundador da Comunidade romana de Santo Egidio, Andrea Riccardi.

A obra reconstrói, mediante documentos inéditos e testemunhos de colaboradores do Papa Montini, o percurso humano e as etapas do pontificado.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o autor nos explica por qual motivo no título do livro escolheu ressaltar o aspecto da audácia de Paulo VI:

Andrea Tornnielli:- "Ressaltei o aspecto da audácia porque foi o papa que reformou a Igreja e, sobretudo, que conseguiu completar uma iniciativa titânica e dificílima, ou seja, o Concílio. Concluí-lo tendo praticamente os documentos votados por unanimidade ousaria definir como quase um milagre. E esse milagre se deve a Paulo VI."

P. Recentemente, Bento XVI citou a "Populorum progressio". Em que consiste a atualidade dessa encíclica?

Andrea Tornnielli:- "Consiste em quase mostrar a grande raiz espiritual do progresso dos povos e a necessidade de uma abordagem aprofundada ao tema da justiça social. É uma encíclica profética, muito ligada àquele momento histórico, que era também de um certo tipo de otimismo em relação à possibilidade de desenvolvimento. Se, porém, lermos certas páginas da "Populorum progressio", veremos que são de uma extraordinária atualidade também hoje. Na época eram páginas proféticas, hoje são extraordinariamente atuais porque o papa explicava que o progresso não pode ser somente de alguns povos em detrimento dos outros, mas via justamente na interdependência entre os povos o fato que a sorte de um está ligada à sorte do outro. Portanto, devemos olhar para os povos que passam fome – que interpelam os povos da opulência." (RL)