Al – Kuwayt, 16 set (RV) – A história da fé no Kuwait é a história de uma Igreja
jovem e dinâmica mas sem futuro, porque feita de trabalhadores estrangeiros aos quais
é proibido colocar raízes no país. Foi o que disse o Vigário Apostólico, o italiano
Mons. Camillo Ballin, sacerdote comboniano no Kuwaita cinco anos.
Os kuwaitianos,
acrescenta Mons. Ballin, são um milhão. Os estrangeiros são o dobro, e desses 400
mil são cristãos de diversas proveniências. Mesmo se tivessem que permanecer no país
por toda a vida, jamais receberiam a permissão para comprar uma casa, e muito menos
para trazer a família para residir no país. “Por isso as igrejas estão lotadas quando
se celebra a Santa Missa, mas não se encontra um ancião, porque os fiéis que vão à
Igreja vivem aqui uma vida provisória, na expectativa de se transferir para outro
país”, afirma o prelado.
“Eu saio sempre com batina e crucifixo – diz o Vigário
Apostólico – mas é proibido realizar celebrações litúrgicas fora das três igrejas
existentes. Assim o problema número um é o espaço. Celebramos Missas em nove línguas
diferentes – acrescenta – e temos necessidade de pelo menos outra igreja grande, mas
não nos concedem o terreno, e mesmo que conseguíssemos o dinheiro para comprar de
um privado, não nos dariam a permissão para construir a igreja”.
Enfim, Mons.
Ballin disse que em 40 anos de sua presença nos países árabes jamais soube de uma
conversão ao cristianismo. Como italiano o Vigário Apostólico quis recordar que na
Itália existem “660 mesquitas”. (SP)