REFLEXÃO PARA O 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B
Cidade do Vaticano, 13 set (RV) - Mais uma vez Deus nos leva a uma revisão
de nossos critérios, se estão de acordo com os de Jesus, o Homem Novo, ou se nos deixamos
levar pelos do mundo e aceitamos os seus, tão diversos dos do Senhor.
A primeira
leitura, tirada de Isaías nos apresenta a figura famosa do Servo Sofredor, a mesma
da sexta-feira santa, onde lemos sobre o homem das dores que confia no Senhor. Esse
relato nos conduz ao Evangelho de hoje, em que Marcos faz o primeiro anúncio da paixão
do Mestre. Ora, Jesus é aquele que nos salvou a partir do seu sofrimento, que foi
rejeitado e hostilizado pelos grandes de Israel e, ao mesmo tempo, foi enaltecido
pelo Pai e, por Ele, ressuscitado. Por isso Jesus se tornou a força, a esperança,
o referencial para aqueles que assumem, como missão, a luta por seus irmãos, pela
justiça, para que eles sejam respeitados como filhos de Deus.
No Evangelho,
Cristo desnorteou seus discípulos ao falar que ele, que tinha tido tanto sucesso,
seria rejeitado e sofreria muito e que exatamente por causa dessa paixão é que sairia
vitorioso. Jesus ensinou que a vitória virá através da morte, da derrota. Ele quebrou
a lógica do mundo, virou a mesa.
Quando Pedro, que havia feito bela profissão
de fé, mas sem muita raiz, disse que impediria tal desastre acontecer, Jesus o repreendeu
com o forte “Afasta-te de mim Satanás!” E em seguida disse para todos:” Se alguém
me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a
sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho,
vai salvá-la”.
Renunciar a si mesmo significa renunciar a toda ambição pessoal,
não pensar em si, em seus interesses, mas estar totalmente voltado para Deus e para
os outros. Tomar a sua cruz é muito mais do que aceitar as durezas do dia a dia;
é conseqüência do “renunciar a si mesmo,” quando nos sacrificamos pela felicidade
de alguém e é, em diversas ocasiões, o preço pela fidelidade ao Evangelho.
Seguir
Jesus é tomar parte em seu projeto redentor, na luta pela instauração do Reino de
justiça e de paz e aceitar as conseqüências dessa participação; é perder a vida, como
aconteceu com ele, nosso Mestre e Senhor.
Ser companheiro de Jesus em sua paixão,
assumindo toda sua humilhação, trabalhos e lutas, nos proporcionará depois, segui-lo
na glória. Por isso, quem quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas quem a perder,
irá salvá-la. (CAS)