2009-09-12 13:05:40

EDITORIAL: NADA SE PERDE COM O DIÁLOGO


Cidade do Vaticano, 12 set (RV) - O mundo recordou ontem os ataques terroristas contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque e contra o Pentágono, em Washington. Pela primeira vez a recordação ocorreu sob o período presidencial de Barack Obama. Os acontecimentos trágicos daquela manhã de oito anos atrás levaram os norte-americanos a criar um notável espírito de unidade.

A tônica das comemorações deste ano foi a separação com a era de Bush, uma diferença que se vê com a erradicação da expressão “Guerra global ao terrorismo” do léxico oficial da Casa Branca. A inflamada retórica de 8 anos atrás deu vida nos EUA e em várias partes do mundo a um sentimento negativo em relação ao mundo muçulmano.

Ontem numa estranha coincidência o 11 de setembro caiu numa sexta-feira do mês do Ramadã, que para os muçulmanos se conclui com o rito do Id al Fitr, o jantar com o qual a família, no pôr-do-sol, interrompe o jejum. Já para os judeus, a noite da sexta-feira é a ocasião em que famílias se reúnem no jantar para entrar juntos no shabbat, o dia sagrado para os judeus.

Neste contexto o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso divulgou também ontem a tradicional mensagem para o fim do Ramadã com o tema: "Cristãos e muçulmanos: juntos para vencer a pobreza". Uma mensagem que com o passar dos anos tornou-se um encontro, uma ocasião para o diálogo em muitos países entre numerosos cristãos e muçulmanos.

Naturalmente o horror do 11 de setembro de 2001 ainda está vivo na memória do mundo inteiro, mas mensagens como a do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter religioso evidenciam que para aquele abismo que se tentou criar 8 anos atrás existem pontes, e pontes de diálogo como o evento que ocorreu no início desta semana na cidade polonesa de Cracóvia com o Encontro Internacional da Comunidade de Santo Egídio. As religiões não desejam a guerra e não desejam ser usadas para a guerra. Falar de guerra em nome de Deus é uma blasfêmia. Nenhuma guerra jamais é santa. “A humanidade sempre sai derrotada pela violência e pelo terror”, afirmaram os participantes. A ponte do diálogo liberta do medo e da desconfiança: é a grande alternativa à guerra. Não enfraquece a identidade de ninguém e faz redescobrir o melhor de si e do outro. Nada se perde com o diálogo. Silvonei José Protz (SP),







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