“Cristãos e muçulmanos: Juntos para vencer a pobreza”
(11/9/2009) “Cristãos e muçulmanos: Juntos para vencer a pobreza” foi o tema escolhido
este ano para a Mensagem que o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso
dirige aos “caros amigos muçulmanos”, por ocasião do fim do Ramadão.
O texto
recorda, nomeadamente, que “a atenção, a compaixão e a ajuda que todos, irmãos e irmãs
na humanidade, podemos oferecer a quem é pobre, para lhe restituir o seu lugar na
sociedade dos homens, é uma prova viva do Amor do Altíssimo, visto que é o homem enquanto
tal que Ele nos chama a amar e a ajudar, sem distinção de pertença”. “A pobreza
humilha e gera sofrimentos intoleráveis que muitas vezes estão na origem de isolamento,
de ira e mesmo de ódio e desejo de vingança” – prossegue o texto. “Rejeitar os fenómenos
de extremismo e de violência exige necessariamente a luta contra a pobreza, através
da promoção de um desenvolvimento integral, que o Papa Paulo VI definiu como «o novo
nome da paz».
A Mensagem aos Muçulmanos recorda ainda a homilia do Papa por
ocasião do Dia Mundial da Paz de 1 de Janeiro passado, em que Bento XVI distinguia
dois tipos de pobreza: uma a combater e outra a abraçar. “A pobreza a combater
está ao alcance dos olhos de todos: fome, falta de água potável, escassez de cuidados
médicos e de habitação adequada, carência de sistemas educativos e culturais, analfabetismo,
sem esquecer novas formas de pobreza como… fenómenos de marginalização e pobreza relacional,
moral e espiritual”. “A pobreza que há que abraçar é a que convida a adoptar um estilo
de vida simples e essencial, que evita o desperdício e respeita o ambiente e todos
os bens da Criação. Esta pobreza é também, pelo menos durante certos períodos do ano,
a da frugalidade e do jejum. A pobreza escolhida predispõe para sairmos de nós próprios
e dilata o coração.”
“Como crentes, desejar o entendimento para buscar em
conjunto soluções justas e duradouras para o flagelo da pobreza significa também reflectir
sobre os graves problemas do nosso tempo e, quando é possível, esforçar se em conjunto
para encontrar uma resposta (recorda ainda, a concluir, a Mensagem do Conselho Pontifício
para o Diálogo Inter-religioso). É necessário que a referência aos aspectos da pobreza
ligados à globalização das nossas sociedades revista um sentido espiritual e moral,
pois partilhamos a vocação de construir uma só família humana, na qual todos – indivíduos,
povos e nações – orientem os seus comportamentos segundo os princípios da fraternidade
e responsabilidade”. ( mensagem integral em documentos do Vaticano )