2009-09-11 20:22:13

DOM MARCHETTO: O 11 DE SETEMBRO, DIVISOR DE ÁGUAS PARA A RELAÇÃO ENTRE AS RELIGIÕES


Cidade do Vaticano, 11 set (RV) - O 11 de setembro evidenciou "grandes contradições no papel das religiões na construção da paz": é o que ressalta o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, num discurso que pronunciará amanhã, sábado, em Recoaro Terme – na região italiana do Veneto – e cujo texto foi hoje antecipado. Ademais, o prelado pede que, no campo da imigração, além da segurança se busque também o acolhimento e a integração.

O arcebispo Marchetto detém-se sobre a relação entre cristãos e muçulmanos com referência aos valores do acolhimento e da hospitalidade. A tradição à abertura está na base também "da religião islâmica que, porém, hoje, infelizmente, conhece consistentes setores extremistas e violentos" – afirma o prelado.

Segundo Dom Marchetto, a tarefa dos muçulmanos "é de identificar novos processos educacionais, capazes de superar esses extremismos, de isolá-los e fazer prevalecer o verdadeiro diálogo, autêntico, respeitoso da reciprocidade".

E acrescenta: o 11 de setembro foi "certamente um divisor de águas, uma "revelação", que evidenciou grandes contradições no papel das religiões na construção da paz".

Trata-se de um evento que "comporta a necessidade de um salto de qualidade no encontro inter-religioso", com o convite a ouvir e a colocar-se disponível ao outro, testemunhando concretamente a própria oposição a toda forma de violência – frisa o arcebispo.

"Onde o estrangeiro se torna hóspede e é acolhido", desfaz-se gradualmente a possibilidade de ver o outro como um inimigo, observa ele, acrescentando que o imigrante deve, evidentemente, respeitar "a identidade e as leis do país".

O arcebispo observa ainda que, por outro lado, o grande compromisso, além da segurança, deve ser o acolhimento e a integração, e que o compromisso com a integração não se opõe, certamente, à segurança, mas é uma expressão dela.

O secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes voltou a evidenciar que a condição de irregularidade não permite, mesmo assim, exceção sobre a dignidade do imigrante. (RL)







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