2009-09-09 12:28:28

PAQUISTÃO: CRISTÃOS AINDA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA


Lahore, 09 set (RV) – No Paquistão, passado mais de um mês das violências anticristãs em Gojra e Koriyan, no Punjab, a comunidade local continua aguardando justiça enquanto é ainda vítima de ameaças de líderes muçulmanos locais, que fomentam o ódio interconfessional e fazem falsas acusações contra os sacerdotes.

A polícia paquistanesa denunciou os cristãos, muitos dos quais obrigados a viver em barracas porque suas casas foram queimadas; a administração local interrompeu a distribuição das indenizações; extremistas islâmicos pedem a libertação sem processo dos culpados do massacre e usam a lei da blasfêmia para realizar novos ataques às minorias religiosas do país.

No último dia 30 de julho milhares de fundamentalistas islâmicos atacaram o vilarejo de Koriyan, queimando 51 casas cristãs. No dia 1º de agosto, pelo menos 3 mil extremistas agrediram a comunidade cristã de Gojra, queimando vivas oito pessoas (entre as quais duas crianças e 3 mulheres) ferindo outras 19 e incendiando mais de cem casas.

A desencadear a ira dos fundamentalistas, a acusação contra dois cristãos do vilarejo de terem profanado o Alcorão. Eles pediam que os dois fossem condenados à morte.

A Muslim Mahaz Tanzeem for Peace, associação islâmica com sede em Gojra, acusa Padre Shabir Bashir, Padre Khalid Rashid, Padre Aftab James Paul e Samuel Qumer de terem fornecido as armas ao jovens cristãos, que teriam atirado contra os muçulmanos dando início às violências.

A associação pede que os 4 cristãos – vistos como culpados – sejam presos; caso contrário a administração local será responsável por uma nova e possível onda de violência.

Nos dias passados o responsável pelo distrito administrativo de Punjab dispôs a suspensão das indenizações para as vítimas das violências, aprovadas precedentemente pelo governo local. É o que refere a emissora paquistanesa Royal Tv Channel, segundo a qual a decisão desencadeou os protestos dos cristãos.

Ao mesmo tempo os líderes muçulmanos de Gojra convocaram a população, pedindo manifestações de rua por causa da libertação dos culpados das violências sem que sejam processados. O clima de ódio e de tensão contribuiu para alimentar uma sensação de miséria, impotência e de desconfiança entre os cristãos, que pedem a proteção da polícia e ações decisivas por parte do governo. (SP)







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