2009-09-07 13:15:16

Evitar a secularização e formar bem os novos padres: temas abordados pelo Papa dirigindo-se a um grupo de bispos brasileiros


(7/9/2009) “Jornadas de partilha fraterna para reflectirmos juntos sobre as questões que vos preocupam”: foi nestes termos que Bento XVI referiu a visita ad limina que um primeiro grupo de Bispos brasileiros (Regionais Oeste 1 e 2) agora concluiu com a audiência papal, em Castelgandolfo. Com grande cordialidade, o Papa evocou a recordação do encontro que teve, na catedral de São Paulo, quando teve “a possibilidade de abraçar com o olhar todo o episcopado desta grande nação”. “Só o coração grande de Deus pode conhecer, guardar e reger a multidão de filhos e filhas que Ele mesmo gerou na vastidão imensa do Brasil” – observou.

“Como Sucessor de Pedro e Pastor universal, posso assegurar-vos que o meu coração vive dia a dia as vossas inquietudes e canseiras apostólicas, não cessando de lembrar junto de Deus os desafios que enfrentais no crescimento das vossas comunidades diocesanas”.

Detendo-se, neste primeiro encontro com um grupo da Conferência dos Bispos do Brasil sobre o tema da “geração de novos pastores”, o Papa observou que, “embora seja Deus o único capaz de semear no coração humano a chamada para o serviço pastoral do seu povo, todos os membros da Igreja se deveriam interrogar sobre a urgência” desta causa e “o empenho concreto” com que a vivem.

“Deus não vê como o homem! A pressa do bom Deus é ditada pelo seu desejo de que «todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim 2,4). Há tantos que parecem querer consumir a vida toda em um minuto, outros que vagueiam no tédio e na inércia, ou abandonam-se a violências de todo o género. No fundo, não passam de vidas desesperadas à procura da esperança, como o demonstra uma difusa embora às vezes confusa exigência de espiritualidade, uma renovada busca de pontos de referência para retomar a estrada da vida.”


Bento XVI advertiu que, depois do Concílio Vaticano II, “alguns interpretaram a abertura ao mundo não como uma exigência do ardor missionário do Coração de Cristo, mas como uma passagem à secularização, vislumbrando nesta alguns valores de grande densidade cristã como igualdade, liberdade, solidariedade”. Ocorreu assim, insensivelmente, a “auto-secularização de muitas comunidades eclesiais”, com a consequência de ver partir, “defraudados e desiludidos”, muitos dos respectivos membros.


“os nossos contemporâneos, quando vêm ter connosco, querem ver aquilo que não vêem em parte alguma, ou seja, a alegria e a esperança que brotam do facto de estarmos com o Senhor ressuscitado”.


Voltando pois ao tema da formação sacerdotal, Bento XVI observou que “actualmente há uma nova geração já nascida neste ambiente eclesial secularizado”…


“Neste deserto de Deus, a nova geração sente uma grande sede de transcendência. / São os jovens desta nova geração que batem hoje à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera, segundo o modelo do Cristo Bom Pastor. Assim esses jovens aprenderão a ser sensíveis ao encontro com o Senhor, na participação diária da Eucaristia, amando o silêncio e a oração, procurando, em primeiro lugar, a glória de Deus e a salvação das almas.”


Na saudação dirigida ao Papa, no início da audiência, em nome dos bispos presentes, por D. Vitorio Pavanello, arcebispo de Campo Grande, o prelado referiu nomeadamente o desafio constituído pelas “seitas evangélicas”, em sua maioria “terrivelmente agressivas”, excluindo qualquer hipótese de diálogo ecuménico:


O arcebispo referiu também ao Santo Padre quanto os bispos sofrem “com a política indigenista, sobretudo em Mato Grosso do Sul onde a maioria dos índios Guaranis e Kadiweus estão sendo sempre mais encurralados em pequenas áreas, dificultando a expansão, a expressão da sua cultura e da sua própria sobrevivência”.










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