2009-09-07 17:56:21

BENTO XVI: BUSCAR DEUS COM UMA FÉ AMIGA DA INTELIGÊNCIA


Cidade do Vaticano, 07 set (RV) - Concluiu-se no início da noite de ontem, domingo, a visita pastoral de Bento XVI a Viterbo e Bagnoregio – na região italiana do Lácio. De fato, após a visita a Viterbo, o Santo Padre chegou no final da tarde à localidade de Bagnoregio, terra natal de São Boaventura.

Ali, na antiga catedral de São Nicolau, se deteve em oração e venerou as relíquias de São Baoventura. Após a saudação do prefeito e do bispo local, Dom Lorenzo Chiarinelli, o pontífice encontrou, na Praça Santo Agostinho, os habitantes do lugar, aos quais fez um discurso sobre São Boaventura.

Ir a Bagnoregio significou para Bento XVI realizar uma viagem ao próprio passado espiritual e intelectual. De fato, o discurso que dirigiu aos presentes foi uma afetuosa recordação do franciscano São Boaventura, um dos mestres para a sua formação teológica.

Incansável na busca de Deus, seráfico cantor da criação, mensageiro de esperança: foram os traços particulares que o pontífice quis evidenciar do Santo franciscano.

Citando a tese que o habilitou ao ensino da teologia – "São Boaventura e a teologia da história" – Bento XVI ressaltou que Boaventura orienta para a sabedoria – que floresce em santidade – "cada passo de sua especulação e tensão mística".

Boaventura viveu no ano 1200 uma fé "amiga da inteligência" que se torna vida nova segundo o projeto de Deus.

O papa – sempre muito interessado pelo tema do diálogo entre fé e razão – quis mais uma vez convidar a esse modelo os teólogos e os sacerdotes de hoje:

"São Boaventura traça desse modo um percurso de fé empenhativo, no qual "não basta a leitura sem a unção, a especulação sem a devoção, a busca sem a admiração, a consideração sem o júbilo, a indústria sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça divina, o espelho sem a sabedoria divinamente inspirada"."

"Esse caminho de purificação envolve toda a pessoa para chegar, através de Cristo, ao amor da Trindade que transforma" – explicou o pontífice à luz de "O itinerário da mente a Deus", obra fundamental de Boaventura. A poucos dias do "Dia de Salvaguarda da Criação", Bento XVI voltou a relançar a necessidade de uma redescoberta da beleza da criação como dom divino:

"Como seria útil que também hoje se redescobrisse a beleza, o valor da criação, à luz da bondade e da beleza divinas! Em Cristo o próprio universo, observa Boaventura, pode voltar a ser voz que fala de Deus e nos impele a explorar a Sua presença; nos exorta a honrá-lo e glorificá-lo em todas as coisas."

Percebe-se aí o espírito franciscano, o espírito de "São Francisco, com quem o Santo partilhou o amor por todas as criaturas" – observou o papa. (RL)







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