Chegou ao fim o Simpósio do Clero de Portugal com apelo a uma cultura de formação
na Igreja
(4/9/2009) Conclui-se esta Sexta-feira em Fátima o VI Simpósio do Clero de Portugal,
subordinado ao tema “Reaviva o dom que há em ti”. Mais de 800 padres, alguns diáconos
e os seus bispos viveram estes quatro dias entre conferências, tempos de oração comunitária,
momentos de reflexão, de partilha e de convívio. “Foi uma autêntica experiência
de comunhão eclesial e de fraternidade sacerdotal”, refere a organização do evento,
em comunicado. No documento conclusivo do Simpósio pede-se que “se crie uma cultura
de formação permanente na Igreja, pois ainda não existe”. A vida do padre ou “é formação
permanente, ou é frustração permanente, repetitividade, desleixo geral, inércia, apatia,
perda de credibilidade, ineficácia apostólica”. De 1 a 4 de Setembro, os mais participantes
tiveram oportunidade de ouvir vários oradores que colocaram a tónica na identidade
sacerdotal. Em relação à formação nos seminários, faz-se referência a uma “atenção
cuidada aos vários programas de formação dos seminários”. Só assim os padres poderão
optar “pelo modelo de integração, polarizado no dinamismo da Cruz como ícone do Mistério
Pascal, onde o amor entregado nos convida incessantemente, iluminando-nos e aquecendo-nos,
a recebermos agradecidos o dom que a vida sacerdotal é, e a oferecermo-la alegremente
como dom”. Os caminhos a percorrer para que a Igreja responda aos novos desafios
do mundo de hoje “não estão ainda bem definidos e traçados”. O texto aponta pistas:
“Temos de utilizar a lucidez na análise do que se apresenta, e a paciência misericordiosa
para enfrentar as incompreensões”. Como as pessoas “não se seduzem nem se cativam
verdadeiramente com a acomodação do Evangelho aos seus desejos e gostos pessoais”,
as conclusões deste simpósio sublinham que “só quando o sacerdote se deixou, primeiro,
seduzir no encontro pessoal com Cristo, poderá falar de tal maneira que as pessoas
o descobrem possuído de uma luz e beleza que ele mesmo desconhece.” Ao padre, hoje,
são lançados inúmeros desafios e as respostas não podem ser mais “aquelas que sempre
se deram, ou porventura, aquelas que o tempo de hoje não necessita”. Para além de
catalogações sociais entre conservadores ou progressistas, “assumiu-se que é necessário
revisitar o Concílio Vaticano II e o Magistério posterior, num esforço de caminhos
de comunhão e leitura dos ‘sinais dos tempos’”. (Com Ecclesia)