POLÔNIA: CONCERTO MARCA ANIVERSÁRIO DA II GUERRA MUNDIAL
Cracóvia, 02 set (RV) - Músicos de 40 países reuniram-se nesta terça-feira,
no coração da Polônia, região ocupada pelos nazistas na II Guerra Mundial, para lembrar
o início do conflito, com um concerto cujo objetivo era convencer as pessoas de que
fazer música é melhor que fazer guerra.
"Uma pessoa que planeja um atentado
suicida não prestará atenção a nosso concerto, é claro" − disse o regente russo Valery
Gergiev, que dirigiu a Orquestra Mundial pela Paz, ao mesmo tempo em que o primeiro-ministro
russo Vladimir Putin participava de uma cerimônia memorial na cidade portuária polonesa
de Gdansk, que se tornou famosa por ser o berço do sindicato Solidarnosc.
O
maestro ressaltou, todavia, que "as pessoas que ouvem música de valor, talvez prestem
alguma atenção à nossa música", acrescentando que, de 100 potenciais homens-bomba,
talvez 10 comecem a pensar que outras coisas possam ser importantes na vida, além
de matar-se uns aos outros. Isso já será fruto do poder da música" − sublinhou Gergiev.
O
concerto, que se realizou na Igreja de São Pedro e São Paulo, ao lado da praça principal
de Cracóvia − centro intelectual e artístico polonês que sediou a administração nazista
– foi transmitido ao vivo, pela televisão polonesa e na Internet (www.cnn.com).
Fundada
em 1995 pelo falecido maestro húngaro-judeu Sir Georg Solti, a Orquestra Mundial pela
Paz reúne cerca de 90 dos melhores músicos de todas as partes do mundo, vindos de
algumas das melhores orquestras do Planeta.
Entre eles estão o violinista jordaniano
Nabih Bulos, que toca com a Orquestra Divã Ocidente-Oriental, de Daniel Barenboim;
e o violista israelense Doron Alperin, cujo avô polonês sobreviveu a um campo nazista
na Polônia e estava viajando a Cracóvia para ouvir seu neto tocar ao vivo, num concerto,
pela primeira vez. (AF)