2009-09-01 12:30:38

ONU apela aos países para agirem a fim de travar o aquecimento global em curso.


(1/9/2009) Os responsáveis governamentais “não podem continuar a aumentar as emissões de gases com efeito de estufa, e esperar que um milagre as faça cair 80 por cento em 2050!”, disse Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, a cem dias do início da conferência de Copenhaga, que ambiciona chegar a acordo sobre o sucessor do Protocolo de Quioto.
O que é verdade é que hoje não há nenhum sinal de progresso significativo”, lamentou, numa entrevista telefónica à AFP, o economista indiano que recebeu o Prémio Nobel da Paz 2007 com o vice-Presidente norte-americano Al Gore pelo seu papel no combate às alterações climáticas. “É, sem dúvida, uma decepção”.
Este especialista em questões de energia apela aos dirigentes do planeta para agirem depressa a fim de travar o aquecimento global em curso.
Um olhar mais atento às metas já anunciadas pelos principais países desenvolvidos mostra que o objectivo de redução das emissões de gases com efeito de estufa – de 25 a 40 por cento até 2020, em relação a 1990 – defendido pelos cientistas parece, neste momento, estar fora de alcance.
A União Europeia comprometeu-se com uma redução de 20 por cento das suas emissões – 30 por cento em caso de um maior compromisso internacional – mas as posições norte-americana (cerca de seis por cento de redução) e japonesa (oito por cento) estão longe dessa meta.
“Em relação ao que foi debatido em Bali (em Dezembro de 2007), é um passo atrás”, denunciou Pachauri.
Sobre a conferência de Copenhaga, em Dezembro, Pachauri alertou contra a tentação de chegar a um acordo a qualquer preço. “A ausência de acordo é, provavelmente, preferível a um acordo fraco”, considerou.
Sensibilizar os responsáveis políticos para a necessidade de um acordo em Copenhaga é o objectivo da campanha Novo Acordo da Terra (New Earth Deal), lançada pelo Conselho da Europa, em Londres.
O relator para as alterações climáticas no Conselho da Europa, o antigo deputado britânico e vice-primeiro-ministro John Prescott, apelou aos países ricos para aumentarem as suas metas de redução de emissões. “As alterações climáticas que vivemos por todo o mundo foram causadas pelos países ricos. Eles devem reconhecer agora o princípio central de que o poluidor paga”.
No entanto, Prescott reconhece que “conseguir um acordo em Copenhaga será dez vezes mais difícil do que o Protocolo de Quioto”.
A campanha defende responsabilidades diferenciadas e quer colocar no centro do acordo climático a redução da pobreza e justiça social.
“O fracasso não é uma opção em Copenhaga”, concluiu.








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