2009-08-31 12:31:48

MINDANAO: PREOCUPAÇÃO PELA SORTE DOS CIVIS


Mindanao, 31 ago (RV) – Em Mindanao a situação dos civis continua a preocupar a comunidade internacional. Segundo o relatório sobre os direitos humanos, publicado no dia 25 de agosto pela Anistia Internacional, mais de 750 mil pessoas deixaram suas casas durante os 17 meses de conflito entre o exército e a Frente Islâmica de Libertação Moro.

O persistir dos conflitos, apesar do cessar-fogo assinado no dia 29 de julho entre o exército e a Frente Islâmica, está ainda atingindo mais de 200 mil civis. “O nível de alarme para os civis é alto desde agosto do ano passado. Muitos dos abusos cometidos não são nem mesmo mencionados pelos meios de comunicação nacionais”, afirma a responsável pela Anistia nas Filipinas, Aurora Parong.

A responsável da Anistia Internacional critica o Governo central, membro da Comissão para os Direitos Humanos da ONU, afirmando que o mesmo é responsável pelos abusos cometidos pelo exército. Aurora Parong – segundo a agência AsiaNews – declara, além do mais, que “a pesquisa deve ser acessível aos sobreviventes e às testemunhas que, a partir de agora, deverão ser protegidos de possíveis novos abusos”.

Nesse contexto, Pe. Amado Picardal, redentorista, perito em diálogo inter-religioso afirma que “cristãos, muçulmanos, e indígenas Lumad devem ser encorajados a viverem juntos, como vizinhos, amigos e irmãos, e não como inimigos". Ele afirma que dessa maneira “o campo de batalha, que já perdura por mais de quatro décadas, poderá se transformar em um campo de arroz e os carros armados poderão se transformar em tratores”. Pe. Picardal conclui, afirmando que “toda a população deveria tomar parte no diálogo em Mindanao e fazer sacrifícios para a realização do processo de paz”.

Entretanto, reuniram-se, nas principais cidades da região, os membros da “A’immah Pastors Priest Forum", grupo de diálogo inter-religioso do qual participam representantes de fé islâmica, protestante e católica. A finalidade é a de preparar “a semana de diálogo para Mindanao”, que se realizará de 26 de novembro a 2 de dezembro. Esses encontros são fruto do trabalho realizado pela conferência dos bispos e dos ulemás que, cerca de 20 anos atrás, instituiu o Grupo Estável de Diálogo de Paz em Mindanao. (SP)







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