Cidade da Guatemala, 30 ago (RV) - As Igrejas Católica e Evangélica da Guatemala,
em colaboração com uma dezena de organizações sociais e com a Procuradoria dos Direitos
Humanos (PDH), criaram ontem uma "Frente contra a fome" para atenuar a crise alimentar
que afeta milhares de guatemaltecos.
O procurador guatemalteco dos Direitos
Humanos, Sergio Morales, disse a jornalistas que a luta contra a fome está sendo inaugurada
porque não se pode esperar ajuda externa. A primeira ação da Frente será levar alimentos
a dezenas de comunidades dos sete departamentos (Estados) da Guatemala que integram
o chamado "corredor seco", no oeste do país, onde foram registradas pelo menos 17
mortes por desnutrição.
Os líderes desta coalizão dizem que pediram ao governo
reuniões de emergência para coordenar as ações em favor das populações afetadas, porém,
até o momento, não obtiveram resposta por parte das autoridades.
Segunda-feira
passada, a Secretaria de Segurança Alimentar (SESAN) da presidência anunciou que investirá
cerca de 17 milhões de dólares na compra de sementes e equipamentos e para a entrega
de víveres às famílias afetadas pela crise.
Segundo dados oficiais, 52% dos
mais de 13,3 milhões de guatemaltecos vivem em condições de pobreza, e 16% em pobreza
extrema. A maioria habita as regiões rurais mais abandonadas do país. (BF)