Castel Gandolfo, 30 ago (RV) – Bento XVI acolheu centenas de fiéis e peregrinos
que lotaram o pátio interno da residência pontifícia de Castel Gandolfo para o Angelus
dominical.
Na alocução que precedeu a oração mariana, o papa falou de Santa
Mônica, mãe de Santo Agostinho, cuja memória litúrgica foi celebrada três dias atrás,
em 27 de agosto.
O próprio Santo Agostinho, em sua obra-prima "As Confissões",
é quem fala sobre a vida e o caráter de sua mãe, considerada modelo e padroeira das
mães cristãs. Desde a mais tenra idade, "no leite materno", Santa Mônica educou Agostinho
na religião cristã, cujos princípios lhe permaneceram impressos inclusive nos anos
de desvio espiritual e moral.
Todavia, recordou Bento XVI, Mônica nunca deixou
de rezar por ele e por sua conversão, que foi durante anos seu único desejo: "É impossível
que um filho de muitas lágrimas seja perdido" – disse Agostinho à sua mãe.
Na
verdade, o bispo de Tagaste não somente se converteu, mas decidiu abraçar a vida monástica,
e regressando à sua terra natal, a África, fundou uma comunidade de monges. Santa
Mônica havia se tornado para seu filho muito mais que uma mãe, mas a fonte do seu
Cristianismo, a mulher que "o gerou duas vezes".
Ela faleceu aos 56 anos em
27 de agosto de 387, depois de pedir aos filhos que não se preocupassem com o local
da sepultura, mas que a recordassem, onde quer que estivessem, no altar do Senhor.
A história do Cristianismo, afirmou o papa, é iluminada por inúmeros exemplos
de pais santos e de autênticas famílias cristãs, citando os cônjuges Luigi Beltrame
Quattrocchi e Maria Corsini, beatificados em outubro de 2001 por João Paulo II, concomitantemente
com os 20 anos da Exortação Apostólica Familiaris consortio.
"Este
documento, além de ilustrar o valor do matrimônio e as tarefas da família, pede aos
esposos um empenho especial no caminho da santidade, extraindo graças e força do Sacramento
do matrimônio, que os acompanha durante toda sua existência."
Para Bento XVI,
quando os cônjuges se dedicam generosamente à educação dos filhos, preparam o fértil
terreno espiritual onde brotam e amadurecem as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada:
"Neste Ano Sacerdotal, oremos para que, por intercessão do Santo Cura D'Ars, as famílias
cristãs se tornem pequenas igrejas, em que todas as vocações e todos os carismas possam
ser acolhidos e valorizados".
Após a oração do Angelus, o papa saudou os peregrinos
em várias línguas. Em italiano, recordou que na próxima terça-feira, 1º de setembro,
se celebra na Itália o "Dia para a Preservação da Criação":
"Trata-se de um
evento significativo, de relevo inclusive ecumênico, que este ano tem como tema a
importância do ar, elemento indispensável para a vida."
Bento XVI citou então
a Audiência Geral de quarta-feira passada, quanto exortou todos a um maior empenho
para a preservação do meio ambiente, "dom de Deus".
"Em especial, encorajo
os países industrializados a cooperarem responsavelmente para o futuro do planeta
e para que não sejam as populações mais pobres a pagarem o maior preço das mudanças
climáticas." (BF)