Cidade do Vaticano, 30 ago (RV) - Ao mesmo tempo em que louvamos o Congresso
Brasileiro pela aprovação do Acordo entre o Brasil e a Santa Sé, ficamos perplexos
com a futura criação da Lei Geral das Religiões.
No Acordo vimos dois Estados,
duas entidades independentes, autônomas, falando no mesmo nível e contemplando todas
as religiões com as benesses adquiridas, se isso acontecer.
Na Lei Geral, paira
no ar um cheiro de retrocesso, de volta à dependência ao Estado, de solicitação ao
Poder Civil para que legisle sobre a prática da fé. Sente-se algo de retorno ao Brasil
Império, onde um ministério legislava sobre a religião, como poderia e deveria ser
praticada.
Esperava-se que os representantes do povo, cônscios de sua responsabilidade,
não se deixassem levar por partidarismos, mas vissem o bem geral da nação. Infelizmente
tal não acontece. Deixando de lado situações mais graves, vamos nos referir a situações
comezinhas, mas não menos importantes, quando se pretender colocar no mesmo rol, por
exemplo, um templo de 400 anos, seja de uma igreja cristã ou de uma sinagoga, mas
patrimônio cultural da nação brasileira, com uma construção de poucos anos, que até
há pouco era um local de diversão. Parece que não se entende do que se legisla e coloca-se
no mesmo saco "oves et boves". (CA)