Beirute, 26 ago (RV) – A estrela de Davi da sinagoga de Beirute – antigo sinal
de uma das mais florescentes comunidades judaicas do Oriente Médio – reemerge do templo
e das ruínas graças ao trabalho de restauração, após anos de uma difícil situação
vivida pelos judeus libaneses. Isaac Arazi, presidente da comunidade judaica local
nos últimos quatro anos, explicou que “a restauração da sinagoga é somente um dos
objetivos de um projeto que prevê também a recuperação dos cemitérios judaicos de
Beirute e de Sidon e a abertura, em breve, de um escritório de comunicação e de registros
civis”.
Arazi não exclui, em breve, um encontro com representantes do movimento
xiita Hezbollah. O Partido de Deus nunca se opôs a uma eventual restauração do templo,
mas “com os Hezbollah ainda não se registraram contatos diretos”, explicou Arazi.
“O projeto tem um valor total de cerca um milhão e 200 mil dólares; estamos só no
início e recolhemos pouco mais de 150 mil dólares, na maioria proveniente do exterior”,
afirmou.
A sinagoga Maghen Abraham remonta ao ano de 1926 e por meio século,
até o início da guerra civil (1975-90), foi uma das 16 sinagogas do Líbano e uma das
mais importantes do Oriente Médio. Destruída durante a guerra, e várias vezes saqueada
e usada como refúgio pelas milícias rivais, a sinagoga, que possui três naves, conserva
somente as suas paredes. (SP)