2009-08-26 11:51:18

PAPA: "TUTELAR MEIO-AMBIENTE E PESSOA É DEVER DE TODOS"


Castel Gandolfo, 26 ago (RV) - O papa recebeu esta manhã um grande número de fiéis, na tradicional audiência geral das 4as feiras, no pátio interno da residência de Castel Gandolfo.

Como sempre, após a catequese em italiano, Bento XVI leu resumos em várias línguas, para que todos os grupos compreendessem o teor de seu discurso. Saudando em francês os peregrinos de Burquina-Fasso, Bélgica e França, o papa os convidou a agradecer a Deus pelo inestimável dom da Criação, e recordou a nossa responsabilidade de proteger o meio-ambiente e salvaguardar os recursos da Terra e do clima.

“A natureza é um dom do Criador, que traçou os seus ordenamentos intrínsecos, dos quais o homem há de tirar as devidas orientações para a guardar e cultivar” – recordou, acrescentando:

“Que nós possamos construir juntos um desenvolvimento humano integral, inspirado nos valores da caridade e da verdade, em benefício dos povos de hoje e amanhã”.

Ao dar as boas-vindas aos fiéis e turistas de língua inglesa, o papa ofereceu seu apoio aos líderes de governos e agências internacionais que participarão da cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, em Copanhagen, em dezembro próximo.

Em sua recente encíclica, Caritas in veritate, o papa se referiu a questões relativas ao meio-ambiente e sua proteção, recordando a “urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade”, não apenas entre países, mas também entre os indivíduos, uma vez que o ambiente foi dado por Deus a todos e seu uso constitui uma responsabilidade que temos para com os pobres, as gerações futuras e a humanidade inteira.

Bento XVI recordou aos governos e à comunidade internacional sua responsabilidade de assinalar a seus cidadãos os meios corretos para combater formas prejudiciais de tratar o meio-ambiente, e advertiu:

“Os custos econômicos e sociais derivados do uso dos recursos ambientais comuns devem ser reconhecidos de maneira transparente e plenamente suportados por quem deles usufrui e não por outras populações nem pelas gerações futuras. A proteção do ambiente, dos recursos e do clima requer que todos os responsáveis internacionais atuem conjuntamente e se demonstrem prontos a agir de boa fé, no respeito da lei e da solidariedade para com as regiões mais necessitadas da terra”.

A degradação do meio-ambiente e o escândalo da fome e da miséria humana requerem a transformação imediata do atual modelo de desenvolvimento global.

O pontífice exortou os participantes da Cúpula das Nações Unidas a discutirem sobre isso de forma construtiva; generosamente corajosos.

Após saudar os peregrinos espanhóis e latino-americanos, o papa falou em português: RealAudioMP3

“Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os grupos do Coral de Vila Real e de Mogi das Cruzes, desejando que esta visita ao Sucessor de Pedro fortaleça a vossa fé e vos ajude a irradiar o Amor de Deus na própria casa e na sociedade. O Pai do Céu derrame os seus dons sobre vós e vossas famílias, que de coração abençôo”.

Em polonês, Bento XVI cumprimentou os peregrinos pela Solenidade de Nossa Senhora de Częstochowa, de quem a Polônia “recebe, há séculos, ajuda e defesa extraordinários”; e os convidou a perseverarem com Maria, seguindo o exemplo do servo de Deus João Paulo II.

Em italiano, o papa falou sobre a memória litúrgica de Santa Monica e Santo Agostinho, que celebraremos nos próximos dias, pedindo que seu exemplo leve os jovens a uma busca sincera e apaixonada pela verdade evangélica, revele aos doentes o valor redentor do sofrimento oferecido a Deus, e sustente os noivos no generoso testemunho da gratuidade do amor de Deus.

Dirigindo-se aos fiéis de língua alemã, Bento XVI saudou os jovens coroinhas e estudantes em férias presentes aqui. Inspirando-se justamente no tempo de verão, que “nos dá a oportunidade para admirar a beleza da natureza”, frisou que as questões do meio ambiente estão estritamente relacionadas com o tema do desenvolvimento integral do homem. A responsabilidade da Criação é partilhada; e a Igreja também sente esta obrigação.

“O homem não é um soberano absoluto sobre a Criação” – reafirmou.

Esta primeira parte do encontro se encerrou com a oração do Pai Nosso e a benção apostólica. Em seguida, o papa se dirigiu à Sala dos Suíços, onde recebeu um grupo de 2.200 visitantes alemães. Após esta audiência especial, Bento XVI retornou ao balcão da residência e concedeu uma nova benção a seus compatriotas. (CM)







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