BISPO COLOMBIANO PEDE CALMA EM CONFLITO ENTRE PAÍSES VIZINHOS
Bogotá, 26 ago (RV) - O bispo de Cúcuta (diocese colombiana, na fronteira com
a Venezuela), Dom Jaime Amaya, se pronunciou sobre o clima de tensão entre os dois
países, pedindo que se solucione através do diálogo e de decisões políticas. Dom Jaime
se disse solidário com os que foram prejudicados pela decisão do governo de Hugo Chávez
de suspender indefinidamente o convênio de fornecimento de combustível.
No
último fim de semana, o bispo publicou uma circular, intitulada “Ventos de crise”.
Na carta, Dom Jaime frisa que “as grandes mudanças nas orientações políticas dos governantes
de nossos países têm abalado o frágil equilíbrio de nossas democracias incipientes,
criando novas expectativas que se somam às aspirações latentes de autonomia, de igualdade
e de pleno desenvolvimento”.
A Igreja Católica espera que a cúpula da União
das Nações Sul-Americanas (UNASUL), na próxima sexta-feira, na Argentina, ajude a
resolver as dificuldades enfrentadas pela Colômbia com Venezuela e Equador.
Evocando
o título da carta, Dom Jaime Prieto Amaya diz esperar que a reunião do dia 28 em Bariloche,
“traga novos ventos de paz e conciliação” à região. Na ocasião, a Unasul vai discutir
o acordo militar assinado pela Colômbia e os Estados Unidos, que tem provocado instabilidade
na Venezuela, Equador e Bolívia, que o consideram uma ameaça para seu território.
A
reação mais forte veio da Venezuela, que congelou as relações com Bogotá e anunciou
o desvio de parte do comércio externo com a Colômbia para outros países da região.
A
Igreja também espera que a Unasul ajude a normalizar as relações com o Equador, rompidas
após a invasão da Colômbia a este país, em março de 2008, para bombardear um acampamento
das FARC, numa operação que matou o líder rebelde Raúl Reyes.
O ataque ao
refúgio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que matou 25 pessoas,
incluindo um equatoriano, provocou a ruptura das relações diplomáticas entre os dois
países. “A determinação do governo venezuelano de suspender indefinidamente o convênio
de fornecimento de combustível na região fronteiriça gera anda mais pobreza nesta
região já pobre. Aumentarão o desemprego, o contrabando de combustível, a delinqüência
comum, a recessão econômica, e o que é pior, teremos que atender problemas conjunturais
que distraem a atenção da verdadeira problemática de nossa cidade e das regiões fronteiriças”.
Por
isso, o bispo expressa sua solidariedade e garante sua oração pela pronta resolução
das tensões e conflitos através do diálogo e das decisões políticas.
“Que o
Senhor, príncipe da paz, nos ilumine nestes momentos para que nossos governos se encontrem
em justiça e eqüidade, fundamentais para assentar o Estado Social de Direito” – conclui.
(CM)