QUASE TUDO PRONTO PARA O SÍNODO DOS BISPOS AFRICANOS
Luanda, 20 ago (RV) - Trinta e seis Conferências Episcopais da África e Madagascar
participarão da Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para a África, de 4 a 25
de outubro próximo, no Vaticano. Foi o que revelou o secretário especial para o Sínodo
dos Bispos Africanos, Dom Damião Franklin, Arcebispo de Luanda, Angola.
O
arcebispo confirmou também a participação no evento de cardeais da Cúria Romana, dos
presidentes das Conferências Episcopais, de representantes de 22 Universidades Católicas,
de países como a Etiópia e Egito, assim como de outras personalidades ligadas à Igreja
Católica no continente africano.
“Todas as forças vivas da Igreja Católica
na África estarão representadas” - garantiu Dom Damião, que é também presidente da
Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST). Para ele, questões como saúde
e educação fazem parte de um conjunto de problemas africanos, mas a Igreja não deve
substituir o Estado, e sim contribuir para a sua resolução: “A questão da saúde e
da educação são problemas que devem ser equacionados para que a reconciliação na África
se torne mais efetiva” - declarou o arcebispo.
Na ótica do secretário especial,
para quem o Sínodo é uma “espécie de uma caminhada, onde todos falam e todos participam”.
“O continente deve se reencontrar, depois de tantas guerras sangrentas e desacordos”.
A
respeito dos preparativos, Dom Damião Franklin disse que cada Conferência Episcopal
está ultimando internamente suas atividades: “estão elegendo seus delegados... as
universidades católicas já realizaram seus simpósios em julho, pois os teólogos africanos
estão interessados em contribuir na resolução dos problemas que mais afligem o continente”.
O encontro do episcopado africano terá como tema: “A justiça, a reconciliação
e a paz”.
O Sínodo é uma instituição antiga na Igreja Católica; suas decisões
não têm valor legislativo, mas consultivo. A palavra Sínodo é a conjunção de duas
outras palavras da língua grega, cujo significado é “fazer juntos o caminho” ou “caminhar
juntos”.
Um Sínodo se realiza somente a partir da convocação do bispo, quando
numa diocese, ou do papa, quando deve tratar de assuntos relativos à Igreja Universal.
Em uma série de encontros, discutem-se os temas propostos e são sugeridos encaminhamentos
para as questões abrangidas.
Algum tempo depois, o papa publica a Exortação
Apostólica pós-sinodal, documento que recolhe a multiforme riqueza de reflexões e
propostas surgidas na Assembléia. (CM)