FORTALEZA: ATO PÚBLICO PEDE PAZ PARA QUEM VIVE NA RUA

Fortaleza, 20 ago (RV) - Nesta quarta-feira, a Pastoral do Povo da Rua, de Fortaleza, e outras entidades promoveram, na Praça da Sé, a terceira edição do Ato pela Paz, na capital cearense.

O ato visava recordar os casos de violência contra moradores de rua e catadores de recicláveis, e também cobrar menos preconceito e políticas públicas específicas para as pessoas que não têm moradia fixa. "Não se resolve a pobreza pela violência. A miséria é um problema da sociedade. Se estão aqui, é porque a sociedade os abandonou" – disse Ir. Inês de Barros Lima, responsável pelo Refeitório São Vicente de Paula.

Eduardo Vitor Cavalcante, apelidado de "olho de gato", é um caso emblemático entre os moradores de rua: aos sete anos, perdeu o pai que morreu de cirrose; a mãe morreu pelo mesmo motivo. De caminhão, ele chegou a Fortaleza, e ali teve início o seu perambular pelas ruas.

Eduardo perdeu a vida após uma abordagem violenta de quatro guardas municipais, em março passado. E este é apenas um dos episódios que envolvem os moradores das ruas.

Uma sindicância feita pela Corregedoria da Guarda Municipal de Fortaleza absolveu os guardas que, segundo relato de outro morador de rua, seriam os protagonistas do episódio de violência que acabou na morte de Eduardo Vítor Cavalcante.

"O laudo cadavérico − disse o diretor da Corregedoria da Guarda Municipal, Arimá Rocha – indicou que a morte de Eduardo foi devida a um ataque fulminante, possivelmente originado pelo consumo de entorpecentes. Também não havia no corpo da vítima nenhuma lesão corporal" – acrescentou.

A Secretaria Municipal de Assistência Social de Fortaleza (SEMAS) oferece serviços diurnos aos moradores de rua, no Centro de Atendimento à População de Rua (CAPR), no centro. Eliane Carvalho, coordenadora do setor de Proteção Social Especial, da SEMAS, anunciou que a Prefeitura de Fortaleza inaugurará, ainda este semestre, uma casa de acolhimento noturno para os moradores de rua. (AF)