2009-08-20 17:43:14

COREIA DO NORTE SINALIZA REAPROXIMAÇÃO COM O SUL


Seul, 20 ago (RV) - A Coreia do Norte anunciou, nesta quinta-feira, o envio de uma delegação de primeiro escalão à Coreia do Sul, para acompanhar o funeral do ex-presidente Kim Dae-jung. O gesto está sendo considerado pelos observadores internacionais como "mais um sinal de redução das tensões entre o regime comunista e o resto do mundo".

Kim, que morreu na última terça-feira, aos 85 anos, foi agraciado com o prêmio Nobel da Paz em 2000, meses depois de ter promovido a primeira cúpula entre líderes das duas Coreias.

A agência estatal norte-coreana – KCNA − disse que o líder Kim Jong-il aprovou a visita, a ser realizada nos dias 21 e 22, sob o comando de Kim Ki-nam, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores. Será a primeira visita de alto escalão de norte-coreanos ao sul, em quase dois anos.

Kim Jong-il já havia enviado uma mensagem de pêsames à família de Kim Dae-jung, sublinhando seus esforços em prol da reunificação das duas Coreias, separadas desde o final da II Guerra Mundial.

A imprensa estatal norte-coreana, entretanto, continua com seus ataques contra o atual presidente sul-coreano, Lee Myung-bak que, nos últimos 18 meses, tem cortado o envio de ajuda humanitária, vinculando-a ao desarmamento nuclear norte-coreano.

A Coreia do Norte já vinha adotando outras medidas conciliatórias com o resto do mundo, depois de ter provocando um aprofundamento de seu isolamento diplomático, em seguida à realização de testes com mísseis e armas nucleares nos últimos meses.

Ontem, o governador do estado norte-americano do Novo México, o veterano diplomata Bill Richardson, recebeu diplomatas norte-coreanos em Santa Fé, e disse ter recebido "bons sinais" da parte deles.

Dias antes, o ex-presidente norte-americano Bill Clinton esteve em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, para negociar a libertação de duas jornalistas norte-americanas que haviam sido presas neste ano na fronteira com a China. A negociação foi coroada de sucesso.

O regime norte-coreano mantém um comportamento já tradicional, de mudanças abruptas em suas políticas. Nesse contexto, poucos analistas acham que Pyongyang abrirá mão de ter um arsenal nuclear. Todavia, a Coreia do Norte parece enfrentar graves problemas econômicos, e as sanções internacionais poderiam estar começando a provocar consequências mais graves, gerando uma mudança de rota. (AF)







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