Cada vez mais vítimas em missões humanitárias salientado no Dia Mundial Humanitário
(20/8/2009) As Nações Unidas assinalaram, esta quarta-feira, o primeiro Dia Mundial
Humanitário em homenagem a todos os que perderam a vida em missão. Só este ano, 69
trabalhadores já morreram ou ficaram feridos em acções humanitárias. O dia 19 de
Agosto foi escolhido pela ONU por passarem seis anos sobre o bombardeamento das instalações
das Nações Unidas em Bagdade, onde morreram 22 funcionários, entre eles Sérgio Vieira
de Mello, chefe da delegação iraquiana da ONU. Ontem, o legado de todos eles foi recordado
por Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, numa cerimónia em Nova Iorque, onde salientou
a importância da comunidade internacional "renovar o compromisso de ajudar as pessoas
vulneráveis, sem voz e marginalizadas, onde quer que estejam. Esta é a missão da comunidade
humanitária", defendeu. "Sem a ajuda humanitária, os direitos humanos básicos
de milhões de pessoas, incluindo o direito de procurar asilo, o direito à educação
e, mais fundamental, o direito à vida, seriam negados", disse, Navi Pillay, alta-comissária
das Nações Unidas para os Direitos Humanos salientando a importância do trabalho comunitário
para salvaguardar os direitos humanos e minimizar as crises humanitárias. Segundo
dados da ONU, no ano passado 260 trabalhadores humanitários foram vítimas de ataques
ou raptos, 122 dos quais morreram. Foi o número mais alto de sempre. Nos últimos três
anos, a média de incidentes subiu 60%, o que leva a ONU a denunciar "uma escalada
de ataques" aos trabalhadores humanitários e a exigir que os seus responsáveis sejam
julgados e punidos. Fernando Nobre, presidente da Assistência Médica Internacional
(AMI), admitiu ontem, numa nota enviada às redacções, que a segurança dos agentes
humanitários, "hoje vistos como alvos a abater", é um dos três "enormes desafios que
se põem a quem se preocupa pelo estado do Mundo em termos humanos". A gestão dos conflitos
que se multiplicam pelo Mundo e as questões ambientais (cheias, secas e fome) que
criam novos fluxos migratórios são os outros desafios apontados pelo presidente da
AMI.