2009-08-20 11:12:50

AIDS: A IMPORTÂNCIA DE DETECTAR PRECOCEMENTE O VÍRUS


Brasília, 20 ago (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou ontem seu apoio à nova campanha que o Ministério da Saúde vai lançar em parceria com a Pastoral da AIDS. A campanha visa estimular as pessoas a fazerem o teste de AIDS a fim de detectar precocemente o vírus HIV e, no caso das gestantes, da sífilis.

Representantes do Ministério da Saúde e da Pastoral da AIDS esclareceram ontem os detalhes da campanha aos bispos do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), reunidos em Brasília (DF).

“O Consep entende que é importante o incentivo ao diagnóstico precoce da AIDS e, no caso das gestantes, da sífilis” - explica o secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa. “É igualmente importante a informação e a assistência ampla, particularmente, no caso da gestante, da transmissão vertical da sífilis” - completa.

O assessor nacional da Pastoral da AIDS, Frei Luiz Carlos Lunardi, destaca que a evolução da atuação da Igreja junto aos doentes de AIDS. “A Igreja, desde o início, teve uma presença de acolhida e de acompanhamento das pessoas com doença de AIDS, mas numa perspectiva de dar-lhes uma ‘morte digna’. Agora, vimos que há um campo mais amplo, que é não só assistir, mas prevenir, chegar antes da doença” - explica Lunardi.

Segundo o frei, o que falta à população é informação. Ele esclarece que a pessoa pode ter o vírus da AIDS e não ter a doença. “Ter o vírus da AIDS não significa ser um doente de AIDS. O vírus pode ser controlado com os remédios e não evoluir para a doença” - explica.

A diretora do Departamento de DST/AIDS do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, ressaltou a importância da parceria com a CNBB por causa da “forte atuação da Igreja junto a um público que o Ministério da Saúde considera mais vulnerável e ao qual não tem acesso”. Segundo a diretora, a Igreja Católica sempre foi muito forte no trabalho com a AIDS. “A confirmação desta parceria ampliará a ação do diagnóstico precoce do vírus HIV e, no caso da gestante, da sífilis” - acredita Mariângela.

Para a representante do Ministério da Saúde, o que mais dificulta o teste para o diagnóstico precoce do HIV é o medo do estigma da discriminação. “A iniciativa depende da pessoa. Quanto mais tarde for feito o diagnóstico, pior” - destaca.

Frei Lunardi ressalta que a parceria evidencia duas potencialidades, uma da parte do Governo e outra da parte da Igreja. “O Governo dá, gratuitamente, os medicamentos e o teste. A Igreja entra com sua capacidade de convocar, informar e sensibilizar, aproveitando a rede bem articulada que ela tem na organização das comunidades” - acentuou. A Pastoral da AIDS, por exemplo, possui 13 mil agentes e está presente em 142 das 272 dioceses do Brasil.

Segundo o secretário da CNBB, as formas concretas da parceria continuam em discussão com os grupos responsáveis. “O projeto está ainda em construção” - disse. A expectativa é de que a campanha seja lançada no próximo mês, em Brasília, e, numa primeira fase, atingirá apenas seis cidades: Manaus, Fortaleza, João Pessoa, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Segundo Frei Lunardi, estas cidades recolhem, no momento, melhor estrutura para o desenvolvimento do projeto. (CNBB)







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