IGREJA ORTODOXA RUSSA EXCOMUNGA JORNALISTA QUE CRITICOU MONJAS
Moscou, 19 ago (RV) - A excomunhão e a maldição eram práticas comuns da Igreja
Ortodoxa, na Rússia czarista, mas raramente são empregadas hoje em dia. No entanto,
a Igreja Ortodoxa Russa amaldiçoou e excomungou um jornalista, afirmando que ele teria
contado "mentiras satânicas", acusando a abadessa de um mosteiro, de ter intimidado
a população, com o intuito de comprar seus imóveis a preços irrisórios.
O
jornalista Oleg Dementyev, da localidade de Pskov, também foi condenado – desta feita
pela justiça penal − por injúria, devido a um artigo intitulado "Um vespeiro sob as
cúpulas douradas", em cujo texto ele também acusa as monjas leigas do mosteiro, de
fumarem e beberem vestindo o hábito.
Ele assegurou que não se retrata da acusação
que fez, e mais: que vai recorrer da sentença judicial, mas não da excomunhão. "Não
há dúvida de que existe corrupção no mosteiro" − disse ele à agência de notícias Reuters,
por telefone.
No mesmo artigo, publicado num jornal local, ele acusava a abadessa
do Mosteiro de Spaso-Yeleazarovsky de ameaçar usar de violência contra os moradores
que não vendessem suas casas a ela, por cifras que são verdadeiras "mixarias".
A
Diocese de Pskov, perto da fronteira com a Estônia, anunciou a excomunhão do jornalista
na segunda-feira em seu site, www.pskov-eparhia.ellink.ru. Simultaneamente, o conselho
diocesano regional proclamou sua maldição contra ele. (AF)