2009-08-17 10:41:38

PONTIFÍCIA MISSÃO PARA A PALESTINA, UMA OBRA A SERVIÇO DA CARIDADE


Cidade do Vaticano, 17 ago (RV) - "Need not creed" – “Necessidades, não doutrinas”. Há 60 anos é a palavra de ordem da Pontifícia Missão para a Palestina na região meridional. Uma obra ao serviço da caridade, que assegura o financiamento de iniciativas em apoio às populações locais. De Nova Iorque, sede administrativa (a central está em Roma) se segue com atenção os eventos na Terra Santa, na Jordânia e no Líbano. Nos últimos anos o horizonte da instituição se ampliou abrangendo também o Iraque e a Síria.

O presidente é Mons. Robert Stern. Reside em Nova Iorque, pois è precisamente entre os católicos dos Estados Unidos e do Canadá que se encontra o maior número de benfeitores da obra. Mons. Stern, numa entrevista ao jornal vaticano “L'Osservatore Romano”, contou algo sobre esses últimos 60 anos.

Após a decisão da ONU em 1947 de dividir a Palestina, Pio XII escreveu três encíclicas para a paz na Terra Santa e a solução dos problemas palestinos: "Auspicia quaedam" de 1º de maio de 1948, "In multiciplibus curis", de 2 de outubro do mesmo ano e 'Redemptoris nostri cruciatus" de 15 de abril de 1949.

Segundo Mons. Stern, foram o sofrimento e a indigência dos povos da Palestina, após a divisão, a suscitar no Papa Pacelli o desejo de criar um organismo eclesial específico para ajudá-los. Por isso encarregou o secretário da Catholic Near East Welfare Association (Cnewa), agência sob a jurisdição da Congregação para as Igrejas Orientais, Dom Thomas J. McMahon, a criar uma entidade que assistisse e oferecesse ajuda às crianças, às famílias, aos feridos, aos enfermos, aos anciãos e aos exilados.

Centenas de milhares de palestinos foram obrigados a deixar a sua terra natal e a se refugiar na parte do território sob o controle da então Transjordânia ou do Egito. No dia 18 de julho de 1949 o Secretário da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Eugenio Tisserant, publicava o documento que sancionava o nascimento da pontifícia missão. Como primeiro secretário foi escolhido o canônico Jules Creteen, reitor do seminário arquidiocesano de Malines, e como assistente o franciscano Raphael Kratzen. A sede administrativa foi estabelecida em Beirute, com escritórios sucessivamente abertos em Jerusalém e Amã.

Inicialmente, a pontifícia missão se ocupou em assistir os deslocados e refugiados. Após o nascimento da Unrwa, a agência da ONU para os refugiados palestinos, adotou os seus programas não somente para colaborar com a agência da ONU no melhoramento das condições de vida dos palestinos nos campos de refugiados, mas também para estabelecer novas instituições, como foi o caso de uma escola para cegos em Gaza.

Após o ano de 1967, a crise dos refugiados começou a estender-se também à Jordânia. Em resposta, a missão ajudou não somente os palestinos que habitavam nos campos de refugiados no reino da Jordânia, mas também os mesmos jordanianos, dando apoio econômico a muitos vilarejos. Foram construídos hospitais em Amã e Zerqa e iniciado um programa de ajuda às crianças pobres e às suas famílias. Após o ano de 1975, com a guerra civil no Líbano, a atenção da missão se direcionou aos poucos à população libanesa: assistência sanitária aos mais necessitados, sobretudo nos hospitais católicos, subsídios a cerca de 100 orfanatos, e a reconstrução das casas danificadas pela guerra.

Após a Intifada de 1987 a pontifícia missão centralizou a sua ajuda nos vários comitês locais palestinos, provendo serviços sanitários em Gaza e na Cisjordânia, coordenando o uso da água e da terra agrícola e promovendo uma cultura de justiça e de paz.

Falando sobre o elemento característico da pontifícia missão, Mons. Stern afirma que a mesma faz parte daqueles que abrem as estradas. Experimenta novos caminhos, indicando os percursos. “Depois outros com maiores recursos nos seguem neste itinerário”, destaca. No Oriente Médio as emergências não terminam jamais e nem mesmo a caridade do papa manifestada através da pontifícia missão. (SP)







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