BISPO URUGUAIO CONDENA LEI SOBRE A ADOÇÃO DE CRIANÇAS
Montevidéu, 16 ago (RV) – Através de um duro comunicado, o arcebispo de Montevidéu
e presidente da Comissão para a Família da Conferência Episcopal do Uruguai (CEU),
Dom Nicolás Cotugno, chamou a atenção para a aprovação de uma lei que permitiria que
casais homossexuais adotassem crianças, afirmando que a mesma pode ter graves conseqüências
para a sociedade, e especialmente para os menores.
“O tema da adoção de crianças
por parte de uniões homossexuais não é um tema de religião, de filosofia ou de sociologia.
É algo que refere essencialmente ao respeito da mesma natureza humana”, diz o prelado
no comunicado; e acrescenta que “aceitar a adoção de crianças por casais homossexuais
é ir contra a mesma natureza humana, e consequentemente é ir contra os direitos fundamentais
do ser humano enquanto pessoa”.
No documento, o bispo recorda a doutrina da
Igreja, expressa pela Congregação para a Doutrina da Fé no ano 2003, onde se recorda
que “reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equiparar-las ao matrimônio significaria
aprovar um modelo para a sociedade atual ofuscandor valores fundamentais que pertencem
ao patrimônio comum da humanidade”.
Dom Cotugno recorda ainda que “não se respeita
o interesse superior da criança quando o que se prioriza é o interesse dos que adotam,
pois nestes casos se ‘instrumentaliza’ ou ‘coisifica’ a criança em função do desejo
ou o querer de outros e não se atende realmente o que este necessita”.
“Em
definitiva – acrescenta -, as crianças não podem ser utilizadas como instrumento para
a reivindicação de direitos de pessoas, de grupos; nem a adoção é uma instituição
que possa reger-se por critérios de conveniência política. Além disso, elas realmente
são discriminadas causando nelas sérios danos, já que poderiam ter sido adotadas por
pais naturais”.
O Arcebispo propõe que os dirigentes se preocupem com uma lei
de adoção que agilize os trâmites de adoção por pais naturais, já que existem “muitos
casais naturais que estariam em condições de adotar e é por este lado que se deve
ver a solução. As crianças não necessitam só de alimento e carinho, mas também e especialmente,
de formação e projeção como pessoas em uma família natural”. (SP)