2009-08-13 12:53:09

Migrantes não são um problema, foi salientado em Fátima na peregrinação internacional do Migrante deste 13 de Agosto


(13/8/2009) Milhares de peregrinos reuniram-se esta Quinta-feira em Fátima para a Peregrinação Internacional do Migrante, presidida por D. Alessandro Ruffinoni, responsável pela pastoral dos brasileiros no estrangeiro, que por várias vezes criticou as “patrulhas” e leis que procuram limitar os direitos dos migrantes.
“Não me perguntem quantos idiomas eu falo, porque para o migrante, há apenas dois idiomas. O idioma de Caim e o de Abel. O de Caim é o do ódio, da inveja, da humilhação, do engano, do aproveitamento, da esperteza, da prisão, da deportação, das patrulhas, das rondas... Já o idioma de Abel é o do amor, do acolhimento, da solidariedade, do perdão e da fraternidade, da amnistia”, indicou.
Na sua homilia, o Bispo auxiliar de Porto Alegre defendeu que “o migrante nunca pode ser considerado como um problema, nem pela Igreja, nem pelo Estado que o acolhe, e sim uma riqueza de grande valor de que devemos agradecer a Deus”.
“A Igreja é mãe e como mãe acolhe a todos e aceita todas as etnias”, assegurou.
A Peregrinação anual dos migrantes tem este ano como tema “Viver o Amor Fraterno sem Distinções nem Discriminações”. A iniciativa está integrada no programa da 37ª Semana Nacional das Migrações, numa organização da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana/Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM).
D. Ruffinoni, de origem italiana, disse que é “intenso e profundo pensar num mundo sem fronteiras, sem a palavra estrangeiro, pois esta é uma palavra triste, fria, uma palavra que separa e divide”.
Segundo este responsável, convidado pela Igreja em Portugal para lembrar a importância da comunidade brasileira – a maior entre os estrangeiros no nosso país – afirmou que “não importa se sou italiano, português, brasileiro, americano, chinês ou japonês. Aquilo que é realmente importante é que somos todos feitos a imagem e semelhança de Deus”.
A Igreja como demonstração de amor e carinho, quer dizer aos seus filhos e filhas que reconhece a trajectória de cada um; que não os esqueceu, apesar de estarem longe, dispersos pelo mundo inteiro; que os acompanha com a sua prece, para que não se cansem e não desanimem na busca de uma vida melhor”, frisou.
Depois de citar a reflexão de Bento XVI, na sua Encíclica Caritas in Veritate, sobre o fenómeno das migrações na contemporaneidade, D. Alessandro Ruffinoni considerou que a Igreja “deve dar o exemplo para um melhor acolhimento dos migrantes, ajudando os fiéis a superar preconceitos”.








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