2009-08-13 18:26:11

IGREJA DEVE DAR EXEMPLO PARA SUPERAR PRECONCEITO CONTRA OS MIGRANTES


Fátima, 13 ago (RV) – O bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Alessandro Carmelo Ruffinoni, disse ontem, no santuário mariano de Fátima, que a Igreja deve dar o exemplo no acolhimento dos migrantes, ajudando a superar preconceitos.

"Como Igreja, devemos nós, por primeiro, dar o exemplo de acolhida aos migrantes, ajudando os fiéis a superarem preconceitos e prevenções" – afirmou o prelado, na homilia da santa missa de encerramento da Peregrinação do Migrante e do Refugiado.

Sublinhando que "o migrante não pode ser considerado um problema, nem pela Igreja, nem pelo Estado que o acolhe", Dom Ruffinoni sustentou que os migrantes são "uma riqueza de grande valor que devemos agradecer a Deus".

"O migrante não é um estrangeiro, mas um mensageiro de Deus que surpreende e rompe a regularidade e a lógica da vida quotidiana", declarou, considerando que "estrangeiro" é uma palavra "triste e fria, que separa e divide".

Apelando aos migrantes para que "não se cansem e não desanimem na busca de uma vida melhor", o prelado agradeceu-lhes pelo "trabalho que desempenham e pela contribuição para o progresso das nações que os acolhem".

"Vocês são as sementes de Deus que espalham − com a vida e o testemunho − a fé, os costumes e as tradições de sua pátria, enriquecendo, assim, os povos com os quais estão convivendo" – sublinhou o bispo.

Referindo-se às viagens que realizou ao Japão e aos Estados Unidos, Dom Ruffinoni, que é o responsável pela Pastoral para os Brasileiros no Exterior disse ter constatado "como a presença dos migrantes represente uma forte contribuição para o crescimento dos valores cristãos e humanos entre as pessoas".

Perante milhares de peregrinos, o bispo auxiliar de Porto Alegre recordou as palavras do Papa Bento XVI que, na sua mais recente encíclica, sublinhou que o imigrante é uma "pessoa humana" e, enquanto tal, é titular de direitos fundamentais inalienáveis que devem ser respeitados por todos, em qualquer situação.

"Feliz daquele povo que sabe acolher e abrir a porta ao migrante, porque encontrará paz, alegria e progresso" – exortou o bispo.

Dirigindo-se aos migrantes brasileiros − cerca de cinco milhões espalhados por todo o mundo − e particularmente aos presentes em Fátima, Dom Ruffinoni garantiu que a Igreja no Brasil está orgulhosa "de todos", por "sua fé, pelo trabalho e pelo espírito de alegria que contagia todos".

Durante a celebração eucarística cumpriu-se uma tradição que remonta a 1940, e que se repete todos os anos, no dia 13 de agosto: a oferta de trigo. No ano passado foram oferecidos 5.543 kg de trigo ao santuário, enquanto no ano anterior a oferta foi de 7.059 kg. Esse trigo é usado para produzir, em Fátima, as hóstias consumidas no santuário e as oferecidas às comunidades religiosas que colaboram com a instituição. (AF)







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