Sydney, 11 ago (RV) - O arcebispo de Sydney, Cardeal George Pell, exortou o
papa a proclamar a canonização de Irmã Mary MacKillop, australiana beatificada em
1995 por João Paulo II, em sua visita ao país.
Em uma missa de comemoração
do centenário da morte de Irmã Mary, em 8 de agosto de 1909, o cardeal afirmou que
é quase certo que ela se tornará a primeira santa australiana, e espera-se que isso
ocorra em breve. “Nossa comunidade precisa de modelos locais que nos encorajem” –
completou.
No fim de semana, comunidades de todo o país realizaram missas
para recordar o centenário, e o premiê, Kevin Rudd, convidou todos os australianos
a refletirem sobre a vida da “extraordinária australiana que se dedicou aos pobres”.
Nascida em Melbourne, em 1842, co-fundadora da ordem das Irmãs de São José
do Sagrado Coração, Irmã Mary MacKillop dedicou a vida aos pobres e doentes. Por sua
personalidade combativa, encontrou muitas dificuldades, até mesmo dentro da Igreja.
Seu zelo e coerência cristã fizeram emergir contrastes, ciúmes inconfessáveis. Maria
da Cruz, este o seu nome de religiosa, foi hostilizada, também com acusações infamantes,
que lhe custaram uma excomunhão. Irmã Mary obedeceu, docilmente, e a verdade veio
à tona.
O bispo retirou a excomunhão, pedindo perdão à religiosa, que projetou
uma viagem a Roma: em 1873 foi recebida por Pio IX. Leão XIII aprovou, em 1883, a
Regra de seu Instituto. Irmã Mary tinha 46 anos e o Instituto por ela fundado se fez
presente também na Nova Zelândia.
Com os passar dos anos e o desgaste de uma
vida vivida sem poupar energias, a saúde de irmã Mary se deteriorou. Seu coração -
que se tornara uma casa para tantos jovens australianos sem casa e sem meios - cedeu,
vindo a falecer no dia 8 de agosto de 1909.
Em 1993, o primeiro milagre foi
reconhecido, e daí a beatificação. Duas semanas atrás, os teólogos da Congregação
das Causas dos Santos reconheceram o segundo, necessário para a canonização. (CM)