Nova York, 10 ago (RV) - A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi
Pillay, declarou, nesta segunda-feira, estar satisfeita com a recente adesão da Austrália
e da Colômbia à Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas.
Pillay falou sobre
a expansão da Declaração, instituída pela ONU em 2007, durante a abertura da segunda
sessão do Mecanismo de Especialistas sobre Direitos dos Povos Indígenas, que se realiza
até a próxima quinta-feira, em Genebra, Suíça.
O evento inicia-se um dia depois
da comemoração do Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto,
que este ano teve como foco a ameaça que a AIDS representa para as tribos.
Em
mensagem transmitida no domingo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou
a importância de os povos indígenas terem acesso às informações e aos serviços necessários
para a detecção, tratamento e prevenção da doença.
Segundo ele, problemas como
pobreza, desnutrição, contaminação do meio ambiente e cuidados sanitários inadequados
fazem com que os 370 milhões de índios existentes em 70 países do mundo sofram com
um nível de saúde muito baixo.
Em entrevista à Rádio ONU durante o Fórum Permanente
de Assuntos Indígenas, realizado em maio deste ano, na sede da ONU, em Nova York,
o diretor do Memorial dos Povos Indígenas de Brasília, Marcos Terena, contou sobre
a situação sanitária dos índios brasileiros: "Novas doenças estão chegando às aldeias
com muita rapidez, devido às mudanças do clima, ao aquecimento global, à destruição
das reservas florestais, à poluição das águas, dos rios, dos lagos, até mesmo à alteração
física dos animais que alimentam as aldeias; então, isso tem gerado, por exemplo,
câncer, que os indígenas não conheciam, hepatite e diabetes" − disse Terena.
O
secretário-geral da ONU disse que governos e sociedades civis devem agir com urgência
e determinação, em parceria com os índios, para que essa lacuna − da falta de informação
− seja eliminada. (AF)