Manágua, 10 ago (RV) – Uma ONG de defesa de direitos humanos, a Igreja Católica
e um partido da oposição condenaram ontem um grupo de partidários do presidente da
Nicarágua, Daniel Ortega, que agrediram membros da sociedade críticos ao governo.
O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), a cúria episcopal de Manágua
e o Partido Liberal Constitucionalista (PLC) condenaram, separadamente, a agressão
sofrida sábado por membros da Coordenação Civil, um grupo integrado por dezenas de
ONGs e da sociedade.
Os membros da Coordenação afirmam que foram agredidos
sábado por um grupo de seguidores de Ortega, com pedras e bastões, enquanto participavam
de uma assembleia para analisar a situação econômica do país.
Em um comunicado,
o CENIDH expressa indignação por este ato de militantes e simpatizantes do governo,
que viola o direito de manifestação e mobilização dos nicaragüenses. A Organização
acusa o governo de Ortega de impor o terror nas ruas, para tentar desmobilizar a população
que exige o respeito de seus direitos.
O vigário da Catedral Metropolitana
de Manágua, Pe. Bismarck Conde, também condenou a agressão, adiantando que “a Nicarágua
é um país livre, que vive em democracia, e que todos têm o direito de se expressar”.
Segundo Mario Sánchez, porta-voz da Coordenação, cerca de 15 membros do grupo,
incluindo ele próprio, foram agredidos por pessoas que gritavam slogans e carregavam
bandeiras do Partido Sandinista pela Libertação Nacional, o partido no governo.
Por
sua vez, em ato público, Ortega disse que “os jovens que atacaram o grupo estavam
celebrando o Dia Internacional dos Povos Indígenas, perto da Catedral de Manágua,
quando vieram chegar pessoas gritando slogans a favor do golpe de Estado em Honduras”.
A Coordenação Civil negou que tenha provocado atritos, bem como que esteja
a favor do golpe contra o presidente hondurenho Manuel Zelaya, em 28 de junho passado.
(CM)