Nova York, 08 ago (RV) - A Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura UNESCO) está comemorando neste domingo o Dia Internacional dos
Povos Indígenas.
Numa mensagem para marcar a data, o diretor-geral da UNESCO,
Koïchiro Matsuura, afirmou que comunidades em todo o mundo têm pedido desenvolvimento
aliado à preservação da cultura e identidade das aldeias. Na mensagem, Matsuura lembra
da urgência de se proteger as cerca de cinco mil línguas indígenas, o que representa
75% de todos os idiomas do mundo.
Em 2005, a ONU deu início à segunda década
internacional dos Povos Indígenas, que deve se prolongar até 2014. A indigenista Samia
Rogers Barbieri disse à Rádio ONU, que os índios têm direito de se desenvolver como
querem, o que inclui a adaptação à vida na cidade como qualquer outro cidadão, sem
o risco de perder a própria cultura.
"O indígena sabe que ele é diferente.
Ele permanece como indígena. Mas ele vai ser, atualmente, o indígena médico, advogado
e vai morar na cidade. E como conseguirá manter o seu reconhecimento? Essa questão
de a gente dizer que ele não vai ser mais índio, vai perder a identidade, não procede.
Ele sabe que ele é filho da mãe-terra, o que ele é e representa, que ele tem uma cosmovisão.
Essa é uma questão da intelectualidade" − afirmou Samia.
Segundo a ONU, os
indígenas formam cerca de 5% da população mundial. Mas muitos povos vivem marginalizados
e sem os direitos básicos. Outra preocupação da UNESCO é a destruição de ecossistemas
e culturas que afetam os indígenas diretamente.
No Dia Internacional dos Povos
Indígenas, a UNESCO voltou a pedir que a comunidade internacional promova um diálogo
ainda mais genuíno com indígenas, em todo o Planeta. (AF)