2009-08-08 12:08:25

PAQUISTÃO: ABAIXO-ASSINADO CONTRA LEI DA BLASFÊMIA. EUROPA TAMBÉM SE PRONUNCIA


Islamabad, 08 ago (RV) - Quinta-feira, o premiê paquistanês, Yousuf Raza Gilani, e o primeiro-ministro do estado de Punjab, Mian Shahbaz Sharif, visitaram as famílias cristãs de Gojra, atingidas pela violência dos extremistas islâmicos. Após a visita, o premiê encontrou-se com líderes cristãos e prometeu “justiça e indenizações”. Segundo um canal particular de TV, Gilani teria anunciado a revisão da lei sobre a blasfêmia.

Em entrevista à agência Asianews, o secretário executivo da Comissão Nacional Justiça e Paz da Igreja Católica no Paquistão, Pe. Peter Jacob, afirmou que governo, hoje, é mais sensível do que no passado em relação às conseqüências da lei sobre a blasfêmia, mas uma mudança será possível somente quando houver uma movimentação ‘maciça’. Pe. Peter anunciou o lançamento de uma campanha de coleta de assinaturas em todo o país.

Para ele, é dever da sociedade promover esta questão. As pessoas são solidárias com as vítimas da violência, e esta solidariedade pode ajudar a mudar as coisas. O padre explica que o ponto-chave é a pressão que a sociedade civil pode exercer sobre o governo.

No passado, o governo de Pervez Musharraf várias vezes prometeu reformar a lei sobre a blasfêmia, mas os radicais conseguiram impedir qualquer mudança. “Decidimos promover esta campanha em todo o país, e esperamos recolher centenas de milhares de adesões nos próximos 40 dias”.

Sobre as violências anti-cristãs em Gojra, a Comissão paquistanesa para direitos humanos denuncia que não se tratou de uma reação espontânea a um caso de blasfêmia, “mas foi planejada com grande antecedência”.

Entretanto, na Itália, o ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, afirmou que a União Europeia (UE) não pode “fechar os olhos” diante dos atos de violência cometidos contra cristãos do Paquistão.

“É insípido pensar que o desafio se vence limitando-se a expressar dor e indignação. A União Europeia não pode se desinteressar, não pode fechar os olhos” – disse, a respeito da decisão tomada ontem de solicitar uma declaração comum à República Tcheca, presidente do turno da UE, de condenação aos ataques. Em entrevista ao jornal dos bispos italianos, Avvenire, Frattini explicou que o documento é apenas o “primeiro passo” para resolver a questão.

“É preciso que todo o mundo civilizado diga diante da ONU, a uma só voz e com a máxima força, que liberdade religiosa significa liberdade de todas as religiões” - defendeu o ministro italiano.

Em resposta, o porta-voz da República Tcheca, Andrews Jorle, declarou que a presidência está ciente do problema denunciado pelo ministro Franco Frattini. “O país já está trabalhando para preparar uma declaração comum, que ainda não está pronta” - garantiu. (CM)







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