2009-08-01 11:48:51

AFRICANOS E ASIÁTICOS REVELAM NOVO ROSTO DE CRISTO


Roma, 1º ago (RV) - A Companhia de Jesus celebrou ontem o dia de Santo Inácio, reunida na Igreja do Gesú, em Roma. A missa teve a participação de 120 padres e foi presidida pelo Prepósito-geral, Pe. Adolfo Nicolás.

Pe. Nicolás acaba visitar Filipinas, Indonésia, Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo; e esta viagem inspirou a sua homilia. Para o prepósito, a Companhia de Jesus e toda a Igreja estão atravessando um período de mudanças. “Mudança – disse – significa renovação, expectativa, esperança, em uma só palavra: alegria. Estes dois continentes estão nos oferecendo aspectos da humanidade e da espiritualidade que nós havíamos esquecido. O futuro na Companhia está na África e na Ásia”.

O prepósito falou de sua visita a uma escola primária de Kigali, em Ruanda. Ali, viu crianças pequenas dançarem juntas, em sintonia e ritmo, como um cardume de peixes que nadam na mesma direção, sem jamais colidirem uns com os outros. O sacerdote espanhol revelou à grande família inaciana presente uma experiência inédita:

“Os africanos podem dançar bem, juntos, por horas e horas, sem cansar. Eu também, pela primeira vez na vida, dancei em uma igreja, na África. Os africanos dançam a sua dor, bailam a sua esperança, suas alegrias, seus temores. Se eles escolheram a vida, terão vida” – disse, referindo-se ao fato que os ruandeses souberam optar pela vida, depois dos sofrimentos do genocídio de 1994, que deixou 200 mil mortos.

Pe. Nicolás, prepósito-geral desde março de 2008, apontou os africanos e asiáticos como a “dimensão nova de Cristo”, frisando que estas mudanças não devem fazer temer pela identidade da Companhia, pois elas não são uma ameaça, mas uma oportunidade; um novo chamado, que deve manter os jesuítas unidos em sua vocação. O prepósito citou Santo Inácio, e um de seus elementos centrais:

“Somente se formos capazes de morrer, poderemos encontrar o rosto de Jesus, o novo rosto de Jesus, nos outros. Uma vez mais, nossa identidade participará do paradoxo do Evangelho: uma identidade que se afirma por uma negação. Vivemos, morrendo. Teremos sucesso quando aceitarmos a derrota” - acrescentou.

Usando uma metáfora, ele explicou que a identidade dos jesuítas é como um fogo que acende outros fogos; não é uma lamparina, uma tocha, mas sim um fogo que queima dentro de nós. “Se não formos capazes de nos queimar, até o fim, não teremos a identidade que Santo Inácio queria” – disse.

Pe. Nicolás concluiu sua homilia pedindo as orações por toda a Companhia, pelos presentes e ausentes, pelos amigos e familiares, para que tenham a liberdade interior de morrer e viver, aceitar as mudanças, porque vivemos tempos de renovação. “Assim poderemos encontrar um pouco mais Cristo, sua divindade e a humanidade do Senhor”.

Centenas de pessoas, dentre irmãos jesuítas, estudantes, religiosas e leigos de espiritualidade inaciana, ouviram a homilia proferida por Pe. Adolfo Nicolás. (CM)







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