(30/7/2009) "Sejam vigilantes e protejam a nossa democracia que foi conquistada à
custa do sacrifício de muitas vidas." É o apelo da Conferência Episcopal da Namíbia
a todos os católicos e aos homens de boa vontade numa Carta Pastoral sobre as eleições
políticas de Novembro. "Apreciamos o esforço realizado pelo governo namibiano em prol
do desenvolvimento do país e pela manutenção da paz e da estabilidade" - afirmam os
bispos. Mas salientam que existe ainda uma série de desafios que a Namíbia deve enfrentar
e cabe a cada pessoa decidir qual partido tem propostas adequadas e determinação para
enfrentar esses desafios de maneira eficaz. Os bispos, obviamente, não dão nenhuma
indicação de voto, mas apontam os critérios básicos para que os católicos façam a
sua escolha: a promoção da vida, da dignidade humana, da justiça e do bom governo.
"Desejamos que o eleitorado possa fazer as suas escolhas com objectividade, o facto
é que a maior parte dos namibianos ainda votam baseando-se na lealdade muito profunda.
Geralmente, o factor de identidade é a tribo, a raça, a classe e a língua" - ressaltam
os prelados namibianos. Os bispos convidam a população a participar nas eleições
gerais a fim de exercer o seu direito democrático e escolher os líderes que representarão
o povo e servirão aos seus interesses. Lembrando a Constituição, os bispos recordam
que "todos os partidos políticos devem respeitar o código de conduta eleitoral e educar
os seus seguidores a fazerem o mesmo. Nós incentivamos a difusão de informações sobre
as eleições a todos os cidadãos. Essa informação deve ser correcta, imparcial, verdadeira
e completa a fim de que todo os cidadãos possam tomar a sua decisão com consciência".
Os prelados fazem um apelo aos líderes dos partidos políticos para que mostrem
espírito de maturidade democrática e exerçam a prudência nas suas campanhas eleitorais.
"Nos seus discursos não devem semear ódio aos adversários, mas abordar questões
de interesse nacional em vista do bem comum" . A Igreja Católica está pronta para
enviar os seus próprios observadores eleitorais e promover a paz e a concórdia nacional.
"Recomendamos intensamente aos nossos sacerdotes, diáconos e religiosos que promovam
nas suas homilias e conferências o espírito de união, reconciliação, tolerância e
paz" - concluem os bispos.