Kinshasa, 29 jul (RV) - Milhares de mulheres sofreram abusos sexuais na República
Democrática do Congo. Sobre este problema o Arcebispo de Kinshasa, Dom Laurent Monsengwo
Pasinya, pediu a mobilização do governo, da sociedade civil e das organizações que
lutam em favor dos direitos humanos para que enfrentem esse problema.
O drama
das mulheres congolesas violentadas esteve no centro do discurso de Dom Pasinya, e
do secretário-geral do Conselho Mundial das Igrejas, Samuel Kobia, durante um encontro
ecumênico realizado em Kinshasa.
O arcebispo congolês disse que "a violência
contra as mulheres é contrária à harmonia inicial tão querida por Deus entre o homem
e a mulher". O prelado disse ainda que tal violência não é compatível com a cultura
africana onde a mulher é considerada uma mãe e cuja missão está fortemente arraigada
na sociedade, pois a mãe é fonte de vida. "As violências são contrárias à visão cristã
e à sabedoria africana" – disse ele.
A Igreja Católica lançou um alarme chamando
a atenção para o problema das violências contra as mulheres congolesas. Num relatório
feito pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Bukavu, se fala de maldades impensáveis
que precisam ser denunciadas. "As violências contra as mulheres é uma maneira de atingir
o coração da comunidade congolesa" – conclui o relatório. (MJ)