A protecção dos povos perante os genocídios, crimes de guerra, limpeza étnica e
crimes contra a humanidade. Intervenção na ONU do representante da Santa Sé.
(29/7/2009) O Observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Nova Iorque
D.Celestino Migliore, participou ontem no debate, na sede da organização sobre a protecção
dos povos perante os genocídios, crimes de guerra, limpeza étnica e crimes contra
a humanidade. D.Migliore citou o Acordo assinado na ONU há quatro anos por líderes
mundiais, em que afirmam a responsabilidade de todas as nações e da comunidade internacional
de proteger os povos dos crimes contra a humanidade. Neste documento, esta responsabilidade
é guiada por três elementos: primeiro, a responsabilidade de todos os estados de
proteger a sua população contra esses crimes; segundo, a responsabilidade da comunidade
internacional de ajudar os Estados a exercerem essa responsabilidade primária; e terceiro,
a responsabilidade da comunidade internacional de intervir quando um Estado não é
capaz de exercer a sua autoridade. O arcebispo afirmou que as políticas nacionais
de inclusão e protecção das minorias religiosas, raciais e étnicas permanecem a peça-chave
para um maior diálogo e concórdia entre os povos. Contudo o representante da Santa
Sé recordou que , ao papel de instituições nacionais e internacionais de promover
a paz, se junta o papel desempenhado pelos líderes religiosos: "Com frequência, em
muitas regiões do mundo, intolerâncias étnicas, raciais e religiosas promovem e aumentam
a violência. Este uso da religião corrompe a fé e os povos, e os líderes religiosos
são chamados a responderem a essa prática. "A fé deve ser vista como um motivo para
estar juntos, e não de divisão".
Por fim, o arcebispo Celestino Migliore
fez votos no sentido de que os termos do Acordo possam ser plenamente aplicados,
para que as futuras gerações estejam livres da agonia que o genocídio, os crimes de
guerra, a limpeza étnica e os crimes contra a humanidade causaram em todo o mundo.