Veneza, 27 jul (RV) - "O Islã é uma religião de paz e não de guerra, muito
menos de violências. Precisamos aprender a ver os muçulmanos como pessoas religiosas,
e não como fundamentalistas fanáticos": a declaração é do Cardeal Theodore Sarr, arcebispo
de Dacar, e foi feita em uma pequena cidade do norte italiano, Conegliano Veneto,
enquanto celebrava uma missa para católicos senegaleses, imigrados.
Da cerimônia
participaram também muitos muçulmanos. Após a missa, o cardeal almoçou com os africanos,
e conversaram sobre assuntos de interesse comum, como a crise econômica, especialmente.
"No Senegal, as relações entre muçulmanos, que são maioria, e católicos, minoritários,
são pacíficas, de reconhecimento e respeito recíproco. Existe um anseio de compreensão
mútua, pois, sem isso, seria impossível viver juntos. Espero que o mesmo aconteça
na Itália" – disse o Cardeal Theodore Sarr.
"Quando a fé é bem vivida, ajuda
os homens a não se dividirem, mas a se amarem. Somos todos filhos do mesmo Deus; o
Pai não quer que nos ofendamos" − acrescentou.
Frisando que os muçulmanos
não podem ser considerados simplesmente como extremistas, o arcebispo ponderou que
"devem aprender a respeitar o modo de viver, as religiões e as leis do país do qual
são hospedes".
Em relação à luta contra a clandestinidade, o cardeal disse
não concordar com a lei italiana, que a pune como um crime.
Dirigindo-se aos
italianos, lembrou que eles também foram imigrantes, e muitas vezes, irregulares.
"O verdadeiro meio para contrastar a imigração clandestina é ajudar os países de origem
a combaterem a fome e a promoverem o desenvolvimento" − sublinhou.
Nesse sentido,
o Cardeal Theodore Sarr afirmou que "a recente cúpula do G8 admitiu que muitos compromissos
não foram cumpridos e que, agora, é preciso agir, sem se esquecer que, no passado,
Europa e Ocidente exploraram desmedidamente os recursos africanos". (CM)