FRADE FRANCÊS TEM PROTEÇÃO POLICIAL 24 HORAS POR DIA NO PARÁ
Belém, 27 jul (RV) - O frade dominicano francês Henri de Roziers tem três policiais
militares destacados para protegê-lo 24 horas por dia, em Xinguara, no sudeste do
Pará, município onde ocorre o maior número de mortes no estado, em razão de conflitos
de terra.
O religioso diz que está tranquilo porque é "estrangeiro, advogado,
sacerdote e idoso (tem 75 anos)" e não recebe "ameaças diretas" desde 2007.
Mas
desde o assassinato, em fevereiro de 2005, da religiosa norte-americana Ir. Dorothy
Stang − um episódio de violência fundiária que ganhou as manchetes de todo mundo −
o Pará fez questão de fornecer uma escolta permanente ao frade francês.
Nas
investigações do assassinato de Ir. Dorothy, a polícia federal encontrou indícios
de que Fr. Henri de Roziers seria o próximo na lista dos acusados pelo homicídio da
religiosa.
"Eu me incomodo muito por ter uma escolta policial cuidando de
mim enquanto líderes populares brasileiros, que correm dez vezes, cem vezes mais riscos
do que eu, estão por aí desprotegidos" − diz o religioso.
Fr. Henri cita o
caso de dois ativistas da região de Santarém − o líder indigenista Dado Borari e o
militante sem-terra Valdecir dos Santos − que foram ameaçados de morte, mas tiveram
proteção recusada pelo Governo do estado.
"Se o problema é de falta de recursos,
prefiro que tirem os três policiais que me escoltam e forneçam proteção a essas duas
pessoas, que correm sério risco de assassinato" − afirma o frade. (AF)