ANGELUS: "SACERDOTES TORNEM-SE INSTRUMENTOS DE SALVAÇÃO PARA TODOS"
Les Combes 26 jul (RV) - “Os sacerdotes tornem-se instrumentos de salvação
para muitos, para todos”. Foi o que disse Bento XVI neste domingo antes da oração
mariana do Angelus diante de milhares de fiéis reunidos em Les Combes, em Vale da
Aosta, onde o papa se encontra desde o dia 13 de julho último para transcorrer um
período de repouso. O Papa pronunciou a oração do pequeno palco fixo colocado não
muito distante da casa onde está transcorrendo esses dias de repouso que estão chegando
ao fim. De fato, Bento XVI retornará a Castelgandolfo nas proximidades de Roma, na
próxima quarta-feira, dia 29 de julho.
Antes da sua alocução o Santo Padre,
foi saudado pelo bispo de Aosta, Dom Giuseppe Anfossi que agradeceu o Papa pelo dom
que ele fez, na última sexta-feira, quando foi à antiga Catedral de Aosta, presidir
a celebração das Vésperas. Este ano, recebemos um Papa pela 13ª vez − seu predecessor,
o Servo de Deus João Paulo II, e o senhor, destacou Dom Anfossi. O bispo de Aosta
agradeceu ainda Bento XVI pela sua úlltima encíclica Caritas in veritate, como também
pela carta no início do Ano Sacerdotal, uma iniciativa – disse – “que nos colheu de
surpresa, mas que nos deu muita satisfação”. Limito-me a dizer-lhe apenas isto: temos
o dever de prestar atenção ao que o senhor, Santo Padre, diz e escreve, destacou o
bispo.
Já na sua alocução o Santo Padre depois de desejar a todos um bom domingo
e agradecer pela hospitalidade dirigiu a sua atenção para a liturgia deste domingo.
“A liturgia de hoje prevê como página evangélica o início do capítulo VI de
João, que contém antes de tudo o milagre dos pães, quando Jesus deu de comer a milhares
de pessoas com somente cinco pães e dois peixes; e o outro prodígio do Senhor que
caminha sobre as águas do lago durante uma tempestade; e enfim o discurso no qual
Ele se revela como o pão da vida”. Narrando o sinal dos pães – destacou ainda
o papa – o evangelista sublinha que Cristo antes de distribuí-los, os abençoa com
uma oração de agradecimento. O verbo é “eucharistein”, e nos remete diretamente à
narração da Última Ceia, na qual, de fato, João não se refere à Instituição da Eucaristia,
mas sim ao lava pés. “A Eucaristia é aqui como antecipada no grande sinal do pão da
vida”. E o papa continuou a sua alocução falando do sacerdote e do Ano Sacerdotal. “Neste
Ano Sacerdotal, como não recordar que especialmente nós sacerdotes podemos nos espelhar
neste texto de João identificando-se nos Apóstolos, lá onde dizem: Onde poderemos
encontrar pão para toda essa gente? E lendo sobre aquele anónimo jovem que tem cinco
pães de cevada e dois peixes, também a nós vem espontâneo dizer: Mas o que é isso
para uma tal multidão? Em outras palavras: quem sou eu? Como posso, com os meus limites,
ajudar Jesus na sua missão? E a resposta nos dá o Senhor: precisamente colocando em
suas mãos “santas e veneráveis” o pouco que eles são, os sacerdotes tornam-se assim
instrumentos de salvação para tantos, para todos!” Outro ponto de reflexão
o papa tirou da memória litúrgica de hoje: os Santos Joaquim e Ana, pais de Nossa
Senhora e, portanto, avós de Jesus.
“Essa recorrência nos faz pensar no
tema da educação, que tem um lugar muito importante na pastoral da Igreja. Em particular,
nos convida a rezar pelos avós, que na família são os depositários e muitas vezes
as testemunhas dos valores fundamentais da vida. A tarefa educativa dos avós é sempre
muito importante, e ainda mais quando, por diversas razões, os pais não são capazes
de assegurar uma adequada presença ao lado dos filhos, na idade de crescimento”. Enfim
o papa confiou à proteção de Sant’Ana e São Joaquim todos os avós do mundo, concedendo
a eles uma especial bênção. Em seguida Bento XVI concedeu a todos a sua Bênção Apostólica. Na
conclusão do encontro com os fiéis presentes em Les Combes o Santo Padre saudou os
diversos grupos em várias línguas, entre as quais o francês e o polonês. (SP)