EDITORIAL: COM AS CEBs A IGREJA MOSTRA QUE ESTÁ VIVA
Roma, 25 jul (RV) - Conclui-se hoje em Porto Velho, o 12º Encontro Intereclesial
das Comunidades Eclesiais de Base. Com o tema "CEBs – Ecologia e Missão" e o lema
"Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia", com três mil pessoas inscritas,
sendo que 100 representam 38 povos indígenas, e 272 as dioceses.
Integrado
ao cenário amazônico, a assembléia foi chamada de "Porto" e, dividida em 12 "Rios",
ou seja, 12 grupos de 250 pessoas; e cada um deles, por sua vez, foi dividido em 12
"Canoas" com 20 pessoas cada. Portanto tivemos um porto, 12 rios e 144 canoas.
A
realização do Intereclesial dentro de um ambiente indígena, nos leva a refletir sobre
o modo de ser dos primeiros donos da terra. "Os indígenas, na sua maneira de viver,
são o primeiro exemplo de CEB, porque vivem a partilha, discutem seus problemas, têm
seus rituais e suas crenças" - disse uma religiosa do Conselho Indigenista Missionário
(CIMI), do estado anfitrião.
As CEBs - fruto da catequese popular da Diocese
de Barra do Piraí-Volta Redonda, realizada em 1956, e de outras experiências eclesiais
no território brasileiro, enriquecidas pelo Concilio Vaticano II, pela atenção da
Ação Católica, pelos planos pastorais da CNBB, e pelas Conferências de Medellín (a
reflexão sobre a libertação) e de Puebla (a opção preferencial pelos pobres) - são
hoje, no Brasil, cerca de 100 mil comunidades.
Elas se estruturam basicamente
em quatro pontos: a fé, os sacramentos, a comunhão e a missão. São comunidades formadas
por pessoas que vivem na mesma região, que se reúnem na fé cristã para ouvir e refletir
a Palavra de Deus, levando esses ensinamentos para a vida cotidiana.
Concluímos,
dizendo que a Igreja está viva, os leigos continuam atuando e a preocupação eclesial
de unir missão e ecologia continua presente. (Pe. César Augusto SJ)