O Episcopado norte-americano apoia, na generalidade, o plano de reforma dos cuidados
de saúde proposto por Barack Obama mas pede respeito pela vida
(24/7/2009) "Uma reforma genuína dos cuidados de saúde, que proteja a vida e a dignidade
de todos, é um imperativo moral e uma obrigação nacional vital", afirmou o bispo de
Rockville Centre, Nova Iorque. Em carta dirigida ao Congresso e ao Senado, D. William
Murphy resumiu as prioridades políticas da Conferência de Bispos Católicos dos Estados
Unidos no que diz respeito aos cuidados de saúde. A missiva, datada de 17 de Julho,
expressa o apoio à reforma proposta por Barack Obama, mas adverte contra a inclusão
do aborto nessa reestruturação. Escrevendo em nome dos bispos, como presidente
da Comissão Episcopal para a Justiça e Desenvolvimento Humano, D. Murphy refere que,
durante décadas, os prelados defenderam reformas profundas do sistema de saúde. Para
o episcopado norte-americano, a reestruturação deve estar sujeita a quatro critérios:
respeito pela vida e dignidade humanas, acesso garantido a toda a população, pluralismo
e distribuição equitativa de custos. No que se refere à vida e dignidade humanas,
D. Murphy afirma que "nenhum plano de reforma dos cuidados de saúde deverá forçar-nos
(...) a pagar pela destruição da vida humana. (...) Qualquer acção desse género será
moralmente errada." Depois de mencionar a cobertura dada por fundos estatais ao
aborto, D. Murphy acrescenta: "A reforma dos cuidados de saúde não pode ser um veículo
para desprezar este consenso que respeita a liberdade de consciência e honra as nossas
melhores tradições americanas. Qualquer legislação dever reflectir as actuais políticas,
amplamente suportadas desde há muito tempo, sobre fundos, mandatos e protecções de
consciência", porque elas representam uma moral segura e uma política sábia. Em
relação ao usufruto generalizado, o prelado afirma que "todas as pessoas precisam
e devem ter acesso a cuidados de saúde extensíveis e de qualidade". Esta condição,
"não deve depender da idade, de os seus familiares trabalharem ou não, de quanto é
que ganham, de onde vivem ou nasceram. A Conferência dos Bispos acredita que a reforma
de saúde deve ser verdadeiramente universal e autenticamente acessível." O apoio,
com reservas, dos bispos dos EUA, surge numa altura em que Barack Obama tem enfrentado
algumas dificuldades na aprovação da reforma, não só por parte dos seus adversários
políticos (Republicanos), mas também de alguns membros do Partido Democrata, a que
pertence.