Uma estratégia humanitária para ajudar os mais necessitados é o pedido da Santa Sé
á comunidade internacional, com o alerta para a violência sexual exercida sobre as
mulheres
(23/7/2009) O representante da Santa Sé junto do Conselho Económico e Social (ECOSOC)
das Nações Unidas, em Genebra, deixou um apelo em favor de milhões de refugiados em
todo o mundo, pedindo respeito pelo direito humanitário. O Arcebispo Silvano M.
Tomasi lembrou os efeitos de desastres naturais e dos provocados pelo ser humano,
em especial os "conflitos armados crónicos, que devastam sociedades em todos os cantos
do globo, com incontáveis vítimas civis". A Santa Sé pediu às autoridades nacionais
e aos grupos armados envolvidos em conflitos que "respeitem as regras da lei humanitária
internacional". Em especial, o Arcebispo italiano condenou a "contínua violência
sexual perpetrada contra raparigas e mulheres dentro e em volta dos campos de refugiados",
prática que "viola todos os padrões da lei internacional". Esta situação, prosseguiu,
leva a "uma devastação emocional, física e mental", e não é justificável "em circunstância
alguma". Na intervenção de D. Tomasi, são pedidos "mais esforços para assegurar
o acesso a prisioneiros de Guerra e outros colocados em diferentes formas de detenção". "A
privação de liberdade, do direito ao trabalho, à reunificação familiar, à educação
e ao desenvolvimento pessoal, entre outros direitos humanos, não podem ser pura e
simplesmente descartados em situações de emergência", assinalou o observador permanente
da Santa Sé. "Os campos e centros de detenção estão destinados a ser provisórios,
locais de livre acesso e em que a dignidade humana continua a ser uma prioridade",
acrescentou D. Tomasi. O representante da Santa Sé falou ainda do compromisso da
Igreja Católica em favor dos refugiados, "independentemente da etnia ou do credo",
defendendo que "devemos pôr no centro de qualquer intervenção a pessoa e as suas necessidades
materiais, psicológicas e espirituais".