(22/7/2009) Ano após ano, coincidindo com a chegada do Verão, centenas de jovens
portugueses partem para países lusófonos, oferecendo o seu tempo de férias ao serviço
de projectos de voluntariado missionário, que ajudam algumas das populações mais pobres
do mundo. Este despertar da consciência missionário é um fenómeno muito relevante
na vida da Igreja dos nossos dias, fruto de um processo gradual que tem gerado um
novo dinamismo. A "revolução" eclesiológica do II Concílio do Vaticano estimulou
uma nova participação dos leigos na vida da Igreja, com repercussões óbvias na Missão.
Assim, foi ultrapassada uma visão que limitava a cooperação à oração pelas Missões
e ao gesto de partilha material, no Dia Mundial das Missões. Portugal volta a enviar
mais voluntários missionários este Verão, para trabalhar em projectos de cooperação
para o desenvolvimento, sobretudo em países lusófonos. Cerca de quatro centenas de
voluntários portugueses partem para dez países diferentes, reforçando a dinâmica de
voluntariado missionário no nosso país, com 50 entidades promotoras. Segundo a
Fundação Evangelização e Culturas (FEC), este ano são 381 voluntários, mais 99 do
que em 2008, o que representa um aumento de 35%. Os voluntários são na sua grande
maioria jovens estudantes universitários e recém-licenciados (56%), mas nos últimos
anos tem vindo a aumentar o número de pessoas em idade activa que fazem este tipo
de experiência nas férias ou tiram licenças sem vencimento (44%) e também reformados.
Com recursos escassos em muitos dos países de destino, os voluntários são mais-valias
para os projectos de desenvolvimento a decorrer no terreno. As áreas de trabalho
são quase sempre as mesmas: a saúde, a educação e a evangelização, que é a parte principal.
As motivações, essas, estão na vontade de ajudar o outro e na fé de cada um. Este
ano, os voluntários partirão em missão para Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
São Tomé e Príncipe, Brasil, Timor-Leste, República Centro-Africana, Taiwan e Tailândia.
70 repetem mesmo a experiência. Moçambique, à semelhança dos anos anteriores, é
o país para onde parte o maior número de voluntários (208), o que equivale a 55 por
cento das partidas. A grande maioria dos voluntários (84%) irá participar em missões
de curta duração (de 15 dias a seis meses) e os restantes irão ficar por mais de um
ano.