A ENCÍLCIA DE BENTO XVI É UM VADEMECUM PARA O PENSAMENTO SOCIAL DA IGREJA
Nova Iorque, 22 jul (RV) - “Um vademecum sobre o qual medir e focalizar convicções
e modalidades de testemunho e proposta do pensamento social da Igreja”. Dessa maneira
o Observador permanente da Santa Sé junto à ONU, Dom Celestino Migliore, resume numa
entrevista à agência SIR, a importância da encíclica de Bento XVI, “Caritas in veritate”.
Dom Migliore recorda que a “doutrina social da Igreja é a carta magna da nossa razão
de ser, missão e atividade nas Organizações internacionais”. Neste sentido a “Caritas
in veritate” representa um “vademecum”. E é também, acrescenta o arcebispo, “uma importante
e exigente credencial para a nossa participação nos debates e negociações sobre temas
pertinentes ao desenvolvimento, à liderança mundial, e também à crise econômica e
financeira em andamento”.
No atual cenário internacional, sublinha Dom Migliore,
a encíclica apresenta diversos temas de reflexão mas também indicações e sugestões.
“Entre muitos, sublinharei – diz ainda o arcebispo – o convite e a urgência para redescobrir
o verdadeiro sentido da economia e da política que, em nível nacional e internacional,
significa que ‘o primeiro capital a ser preservado e valorizado é o homem, a pessoa,
na sua integridade’, como escreve o Papa”
A encíclica, afirma Dom Migliore,
foi muito bem acolhida pelas instituições internacionais. “Já antes da sua publicação,
recebi muitos pedidos do texto”. Sobre a reação, Dom Migliore explica que “nesses
ambientes se reage a mente fria, após ter lido com atenção o texto. As reações mais
ponderadas e significativas serão feitas durante o debate geral da 64ª sessão da Assembléia
Geral, que terá início em meados de setembro”. Naquela ocasião, anuncia o arcebispo,
“organizaremos um seminário de apresentação e estudo da encíclica”.
Dom Migliore
se detém também nas palavra do Papa sobre a urgência da reforma da Organização das
Nações Unidas: “São palavras e indicações que caem em um terreno fértil. Fértil, no
sentido de quem está a bordo desta nave geralmente tem uma viva consciência e preocupação
pelas barreiras que essa encontra, de certas inadequabilidades suas para enfrentá-las
e da urgência de levar a têrmo a preciosa carga para o futuro da humanidade”. Todavia,
conclui, “è necessário tornar o terreno fértil também e sobretudo no sentido da receptividade
de algumas premissas indispensáveis: em particular em fazer das organizações internacionais
um fórum de atenção e resposta concreta aos problemas das populações”. (SP)