2009-07-20 12:59:14

DOM SLEIMAN FALA DO FUTURO DO IRAQUE


Roma, 20 jul (RV) - “Unidade, recursos naturais e reconciliação”: são essas para o arcebispo latino de Bagdá, Dom Jean Sleiman, as três prioridades para que o Iraque saia da crise interna na qual se encontra. A afirmação foi feita nos dias passados em Roma durante uma coletiva de imprensa na sede da Caritas Italiana. “A unidade do Iraque – disse o arcebispo de origem libanesa – é uma questão muito difícil que não se limita somente à autonomia do Curdistão. O mesmo pedido, de fato, foi feito também pelo sul do país, não esquecendo o projeto do Planalto de Nínive que veria nesta área de terra um enclave cristão protegido. Um projeto já rejeitado pelos bispos iraquianos mas que infelizmente continua a ser discutido. Seria, de fato, somente uma falsa autonomia”.

Para os bispos todas essas coisas mostram “a dificuldade em criar uma unidade na diferença entre sunitas, xiitas, curdos e outros. O Iraque não é o único país onde existe essa heterogeneidade. Os Estados Unidos são um exemplo disso e por isso deveriam ser os primeiros a ajudar o Iraque. O meu temor - disse o arcebispo - é que se no Iraque forem criadas três áreas autônomas, a guerra civil poderia ser uma realidade”.

Outra questão apresentada por Dom Sleiman é sobre a posse e a exploração dos recursos naturais iraquianos. “De quem é o petróleo?”, pergunta-se o arcebispo; “De toda a nação ou dos xiitas, dos sunitas ou dos curdos? Não se consegue promulgar uma lei sobre o petróleo porque existe também tensão entre o governo central e o governo regional curdo que tinha começado a fazer acordos com empresas petrolíferas estrangeiras. Uma situação estagnada também favorecida por uma certa ambigüidade da Constituição. E de quem é a água, talvez dos sunitas porque os cursos d’água passam através de suas cidades?. “Os recursos naturais – é a resposta de Dom Sleiman – pertencem a todo o país”.

Terceira urgência iraquiana é a reconciliação interna: “Deixar sozinhos os iraquianos, deste ponto de vista poderia causar problemas” explica o arcebispo, referindo-se à retirada dos Estados Unidos das grandes cidades. Todavia, conclui, “a retirada norte-americana não é uma verdadeira retirada, mas uma transferência de forças. Os Estados Unidos faziam também o trabalho de polícia e não creio que essa seja uma tarefa para as forças de combate como os marines. Não creio que essa transferência das tropas possa mudar muito a situação ainda que do ponto de vista simbólico e político seja muito importante para o Governo”, afirmou. (SP)







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